quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AFRODITE



Autor: Isabel Allende
Data: 22 nov 2012
Local: Espaço Gourmet Tênis Iate
Presenças: Bia Coimbra, Mônica Ercília, Luciana Leão, Marília Leão, Regina Luz, Teresa Lírio, Terezinha Acioli, Rosete, Vera Correa e Zezé

Debate: O livro escolhido desagradou por alguns aspectos: por ser grande e pesado, por não ter enredo típico de romance (princípio, meio e fim), por ser repetitivo, às vezes enfadonho. Agradou por outros motivos: pelo humor da escritora, por chamar atenção para características de alimentos as quais nunca havíamos notado, por descrever pratos e costumes de outras culturas, pela forma corajosa como a escritora se expôs.

Deliberações:

1. Grupo fechado para comunicação - Luciana Leão vai reenviar os convites para formação de um gmailgroup, o Livros e Raquetes. Se voce receber o convite, não é spam. Para se filiar, voce terá que clicar num dos links e fazer sua adesão. Por enquanto, continuamos a nos comunicar por esta lista de e-mails. As correspondências, portanto, seguem com cópia oculta.
2. A pessoa que fizer a indicação do livro escolhido para o proximo debate ficará incumbida de trazer informações sobre autor, contexto do livro etc e por encaminhar o debate.
3. O lanche do próximo encontro ficará a cargo de Regina, Zezé e Luciana.

Próximo encontro

- dia 15 de janeiro de 2013, quinta-feira, às 18 horas.
- livro escolhido: A Confissão da Leo
a, de Mia Couto http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13361

Texto inspirador lido ao final do encontro:


"Segundo estudos recentes:

Em pé, fortalece a coluna;/de cabeça baixa, estimula a circulação do sangue;/de barriga para cima é mais prazeroso;/sozinho, é estimulante, mas egoísta;/em grupo, pode até ser divertido;/no banho, pode ser arriscado;/no automóvel, é muito perigoso.../com frequência, desenvolve a imaginação;/entre duas pessoas, enriquece o conhecimento;/de joelhos, o resultado pode ser doloroso.../sobre a mesa ou no escritório,/antes de comer ou depois da sobremesa,/sobre a cama ou na rede,/nus ou vestidos,/sobre o sofá ou no tapete,/com música ou em silêncio,/entre lençóis ou no "closet":/sempre é um ato de amor e de enriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem a crença, nem o sexo, nem a posição socioeconómica...

...Ler é sempre um prazer!!!...

DEFINITIVAMENTE, LER LEVA A DESFRUTAR DA IMAGINAÇÃO E VOCÊ ACABOU DE EXPERIMENTAR ESSE FATO...


VÁ PROCURAR UM LIVRO!"

Até o próximo encontro! 





 Notas Pessoais de Vera Correa

Gênero? Para mim, não é um livro de culinária, não é romance. O aspecto predominante, a meu ver, é o HUMOR. Então, para mim ficou sendo um livro de humor.
Manifestações culturais em que se misturam comida/culinária/gastronomia/glutoneria/temperos com afeto/sensualidade/erotismo/pornografia/amor

LITERATURA

1. Desde o Antigo Testamento: Gênesis - maçã/pecado. Cântico dos Cânticos (citado pela I. Allende) – “(...) Você é uma mulher encantadora! Alta como a palmeira que eu sempre penso em escalar; seus peitos são dois cachos de uvas aos quais desejo apanhar para fazê-los meus.(...)”


 2. Na transição entre Idade Média e Renascimento, Rabelais http://en.wikipedia.org/wiki/

Fran%C3%A7ois_Rabelais, com Gargantua e Pantagruel  http://en.wikipedia.org/wiki/

Gargantua_and_Pantagruel . “Pantagruélico” virou adjetivo para qualificar refeição excessiva.

3. Amor Engorda, Paixão Emagrece , Sônia Hirsch

4. Livro paródia a 50 Tons de Cinza http://www.carlapernambuco.com.br/historias-de-amor-ecomida/#  50 Shades of Chicken 
“(...), 50 Tons de Frango sai só em 13 de novembro e claramente bebe nos 15 minutos de fama do bestseller erótico 50 Shades of Grey (50 Tons de Cinza) prometendo 50 sedutoras receitas com galinha para “excitar cada jantar”.  É uma paródia, tem senso de humor, mas não se sabe dizer se tem algum valor culinário. As receitas tem títulos sugestivos como “coxas suculentas”, “palitos de frango melados”,  “asas amarradas com bacon”, “aprendendo a confiar no frango” e por aí vai.  Até o nome do autor é piada — FL Fowler, que poderia se traduzir como A.V. Aviário. Vale como presente de amigo secreto da firma."

5. O assunto interessa também o mundo acadêmico. Na internet encontramos várias monografias e teses de mestrado e doutorado em que se explora o tema, como por exemplo: http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/565/1/2004_SorayaSousaAlbuquerque.pdf


CINEMA 

(Encontrei esta lista na internet. Alguns deles foram citados no livro. Alguns desses filmes já vi. Alguns deles tratam apenas de comida. Nos que acho que mesclam culinária e erotismo coloquei link. A conferir.)

1. A Comilança http://m.imdb.com/title/tt0070130/
2. A Festa de Babette  http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Festa_de_Babette
3. A Grande Noite
4. Alimento da Alma http://www.m.filmesdecinema.com.br/filme-alimento-da-alma-6639/
5. Amor à Flor da Pele
6. Amor Está Na Mesa 
7. As Férias da Minha Vida http://www.adorocinema.com/filmes/filme-58177/
8. As Luzes de um Verão http://www.adorocinema.com/filmes/filme-26284/
9. Bagdá Café http://www.adorocinema.com/filmes/filme-3531/
10. Banquete De Casamento http://www.cineplayers.com/filme.php?id=3891
11. Casamento Do Meu Melhor Amigo
12. Chocolate http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27052/
13. Comer, Beber, Viver  http://www.cineplayers.com/filme.php?id=1908
14. Como  Água para Chocolate http://www.adorocinema.com/filmes/filme-44224/
15. Delicatessen http://www.cineplayers.com/filme.php?id=3234
16. Estômago
17. Fantástica Fábrica de Chocolate
18. Herencia
19. Histórias de Cozinha
20. Jamón, Jamón
21. Jantar com Amigos http://www.adorocinema.com/filmes/filme-178558/
22. Mondovino
23. A Mulher do Padeiro http://filmow.com/a-mulher-do-padeiro-t12744/
24. Nação Fast Food
25. O Amor Está na Mesa http://www.adorocinema.com/filmes/filme-18526/  
26. O Cheiro de Papaia Verde http://www.65anosdecinema.pro.br/915-
27. O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomeFilme/o-cozinheiro-o-ladrao-sua-mulher-e-o-amante/id/6494
28. O Jantar http://www.adorocinema.com/filmes/filme-22694/
29. O Tempero da Vida http://www.adorocinema.com/filmes/filme-60086/
30. O Último Jantar http://www.cineplayers.com/filme.php?id=1889
31. Os Cinco Sentidos
32. Os Sem-Floresta
33. Quando é que vamos comer?
34. Quem Está Matando os Grandes Chefs da Europa?
35. Ratatouille
36. Sabor de uma Paixão http://www.adorocinema.com/filmes/filme-111750/
37. Sem Reservas http://www.adorocinema.com/filmes/filme-108928/
38. Sideways - entre umas e outras
39. Simplesmente Irresistível http://www.filmesdecinema.com.br/filme-simplesmenteirresistivel-4657/
40. Simplesmente Martha http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/
simplesmente-martha/id/10716
41. Tampopo – Os Brutos Também Comem Spaghetti http://www.interfilmes.com/filme_17617_tampopo.os.brutos.tambem.comem.spaghetti.html   
42. Tomates Verdes Fritos http://cinemaedebate.com/2010/12/26/tomates-verdes-fritos-1991/          
43. Uma Receita Para a Máfia http://www.cinereporter.com.br/criticas/receita-para-a-mafiauma/
44. Vatel – Um Banquete Para o Rei 
http://www.interfilmes.com/filme_14710_vatel.um.banquete.para.o.rei.html 
45. Tom Jones, Henry Fielding 


MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

1. Cama e Mesa, de Erasmo Carlos

“ (...) Você é o doce/Que eu mais gosto,/Meu café completo,/A bebida preferida,/O prato predileto./Eu como e bebo do melhor/E não tenho hora certa:/De manhã, de tarde,/À noite, não faço dieta./Esse amor que alimenta/Minha fantasia,/É meu sonho, minha festa,/É minha alegria./A comida mais gostosa,/O perfume e a bebida,/Tudo em minha vida./Todo homem 
que sabe o que quer/Sabe dar e querer da mulher./O melhor é fazer desse amor/O que come, o que bebe,/O que dá e recebe.(...)”

2. Não Existe Pecado ao Sul do Equador, de Chico Buarque e Ruy Guerra


Não existe pecado do lado de baixo do Equador/Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor/Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho/Um riacho de amor/Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo/Que eu sou professor/Deixa a tristeza pra lá, vem comer, 
me jantar/Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá/Vê se me usa, me abusa, lambuza/Que a tua cafuza/Não pode esperar/(...) Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar/Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá/Vê se me esgota, me bota na mesa/Que a tua holandesa/Não pode esperar(...)



3. Você não Entende Nada, de Chico Buarque  

“ (...) Quando eu chego em casa nada me consola/Você está sempre aflita/Lágrimas nos olhos, de cortar cebola/Você é tão bonita/Você traz a coca-cola eu tomo/Você bota a mesa, eu como, eu como/Eu como, eu como, eu como/Você/ (...)Eu sento, eu fumo, eu como, eu não aguento/Você está tão curtida/Eu quero tocar fogo neste apartamento/Você não acredita/Traz meu café com suita eu tomo/Bota a sobremesa eu como, eu como/Eu como, eu como, eu como/Você/ (...)” 

4. Morena Tropicana, de Alceu Valença

“Da manga rosa/Quero gosto e o sumo./Melão maduro, sapoti, juá./Jaboticaba, teu olhar noturno;/Beijo travoso de umbú cajá./Pele macia,/Ai! carne de cajú!/Saliva doce, doce mel,/Mel de uruçú./Linda morena,/Fruta de vez temporana,/Caldo de cana caiana,/Vem me desfrutar!/Linda morena,/Fruta de vez temporana,/Caldo de cana caiana,/Vou te desfrutar!/
Morena Tropicana,/Eu quero teu sabor./Ai! Ai! Ioiô! Ioiô!”

5. Café da Manhã, de Roberto Carlos

“ (...) Amanhã de manhã/Vou pedir o café pra nós dois/Te fazer um carinho e depois/(...)/Amanhã de manhã/Nossa chama outra vez tão acesa/E o café esfriando na mesa/Esquecemos de tudo(...)/Quando mais tarde/Nos lembrarmos de abrir a cortina/Já é noite e o dia termina/Vou pedir o jantar.(...)”


6. Letras grosseiras, duplo sentido:


. Rabada, de Manhoso
. Umbu, de Gilsinho Boca de Forró???



COMIDA E PSICANÁLISE: 

http://www.mineiriana.com.br/livro-neurotico-de-receitas-o-83022.aspx/p

TENDÊNCIA (ou modismo) na TV

Food porn, http://en.wikipedia.org/wiki/Food_porn,  ou seja, programas culinários criados e apresentados por mulheres sedutoras, pontuados por frases e gestos francamente sensuais, 

exemplo, http://www.nigella.com/

ARTES PLÁSTICAS

Talvez o quadro mais conhecido em que se associam comida/gastronomia com 
erotismo/sensualidade seja o LE DÉJENEUR SUR L´HERBE, de Édouard Manet , http://en.wikipedia.org/wiki/Le_d%C3%A9jeuner_sur_l'herbe . 
A obra causou enorme frisson quando foi apresentada em meados do século XIX em Paris. Posteriormente, a composição do quadro gerou inúmeras versões, seja sob forma de releituras, homenagens, esculturas, charges, blagues, feitos por renomados artistas, entre eles Monet e Picasso, ou mesmo recriações de anônimos, que posam para fotografias na mesma 
posição dos personagens da famosa tela. Vejam: https://www.google.com.br/search?



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata



LOCAL: ESPAÇO DO TÊNIS
APRESENTADORA: VERA CORREA

A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATA, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, Inglaterra, Ed. Rocco, 2008, subgênero romance epistolar.
Gêneros literários, segundo a Antiguidade Clássica, principalmente Platão e Aristóteles:
1.    Lírico, geralmente em versos, com elementos de métrica, rima, sonoridade, aliterações.
2.    Dramático, para encenação, cujos principais exemplos são as famosas tragédias gregas e as comédias de costumes. Hoje, a dramaturgia se faz com as telenovelas, as sitcoms, as peças de teatro, mamulengos, stand up comedies, o cinema...   
3.    Narrativo, geralmente em prosa, que é o que nos interessa aqui. Os subgêneros narrativos são os romances, novelas, crônicas, ensaios etc. Os romances, por sua vez, se subdividem em infinidade de categorias: histórico, policial, erótico, bíblico, água-com-açúcar, terror etc etc.

O romance epistolar se desenrola com uma técnica narrativa que se vale de cartas, bilhetes, telegramas, recortes de jornais, entradas em diários e agendas, ingressos de óperas e teatros, transcrição de sentenças e boletins de ocorrência, bilhetes de viagem, enfim, de qualquer material escrito que concorra para a contextualização dos fatos narrados.
As cartas são um ótimo veículo para um roman à clé, aquele em que destinatário e/ou remetente usam outra identidade, por motivo de anonimato, segurança. O romance epistolar teve seu apogeu no séc. XVIII.
 “Roman à clef, ou roman à clé ([ro.mã a klè], expressão francesa cuja tradução aproximada é "romance com chave"), designa a forma narrativa na qual o autor trata de pessoas reais por meio de personagens fictícios. Em alguns casos, o autor recorre a anagramas ou pseudônimos para referir-se a sujeitos reais; noutros, vale-se de uma tabela que permite converter números ou iniciais em nomes (verdadeiros) correspondentes.
As razões que levam um autor a utilizar o roman à clef são:
1.    o caráter controverso do tema narrado;
2.    a necessidade de compartilhar, com algum nível de discrição, informações privilegiadas sobre bastidores, vida íntima ou escândalos de outrem, escapando de acusações de violação de privacidade ou difamação (razão que justifica a utilização de uma espécie de criptografia de identidades);
3.    o desejo de dar a certa história o desfecho que gostaria que ela tivesse tido;
4.    a oportunidade de retratar eventos ou experiências autobiográficas sem se expor.”
 “Pois que toda literatura é uma longa carta a um interlocutor invisível (...)”, de Novas Cartas Portuguesas.
Outros escritos e romances epistolares:
. Na literatura clássica greco-romana: Cícero (106 a.C. a 43 a.C.), Horácio (65 a.C a 8), Ovídio 43 a.C. a 18) e Plínio (61 a 114) têm obras marcantes em forma de cartas. Consultem a bibliografia deles.
. Novo Testamento: 21 dos 27 livros são em forma de cartas ou epístolas, que propiciaram a consolidação do Cristianismo e sua expansão.
. Aprendendo a Viver, Cartas a Lucílio, de Sêneca, (4 a.c. a 65),  http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9neca , autor tão amado e citado por um personagem do nosso livro em estudo, o A Sociedade Literária etc .
. Petrarca (1304 a 1374) reuniu suas cartas em dois grandes volumes, a última das quais é autobiográfica e uma síntese de sua filosofia de vida.
. Cartas Persas, de Montesquieu, (1689 a 1755),   http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_de_Montesquieu, cartas enviadas por dois supostos turistas a parentes e amigos na Pérsia, em que comentam vida, costumes, política, poder da igreja, corrupção, ostentação e riqueza na Paris de então.
. Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos, (1741 a 1803),    http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Choderlos_de_Laclos “ (...) que retrata as relações de um grupo de aristocratas através das cartas trocadas entre si, na época imediatamente anterior à Revolução Francesa - nobres ociosos e sem escrúpulos dedicam-se prazerosamente a destruir a reputação de seus pares. O enredo tem como foco o Visconde de Valmont e da Marquesa de Merteuil, que manipulam e humilham as restantes personagens através de intrigas e jogos de sedução.” Segundo o IMDb (Internet Movie Database), existem 11 versões desse livro para cinema.
 . Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, (1749-1832), http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe , marco inicial do Romantismo, considerado como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico e em forma de cartas. Na época ocorreu na Europa uma onda de suicídios atribuída ao efeito do clima sombrio do livro.
. Cartas Chilenas, http://pt.wikipedia.org/wiki/Cartas_Chilenas, de Tomaz Antônio Gonzaga (1744 a 1810), precioso registro dos costumes da época e da corrupção no Brasil-Colônia.
. Correspondência de Fradique Mendes, http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/correspondencia-fradique-mendes-analise-obra-eca-queiros-698944.shtml, de Eça de Queirós (1845 a 1900), em que o autor usa o heterônimo Fradique para materializar seu eu idealizado e suas ideias a respeito do Portugal de então. 
. Dracula, de Bram Stoker, (1847 a 1912),  http://pt.wikipedia.org/wiki/Bram_Stoker, romance gótico sobre o Conde Drácula, vilão morto-vivo da Transilvânia, que se tornou o típico representante do mito do vampiro, que por sua vez tem origem no fabulário húngaro do século XVIII. Em 1992, Francis Ford Coppola fez para cinema sua versão do livro, com elenco estelar: Anthony Hopkins, Gary Oldman, Wynona Rider, Keanu Reeves. http://www.imdb.com/title/tt0103874/
. Cartas de uma Imperatriz, de D. Leopoldina (1797/1826), divididas em Cartas Austríacas (1808/1817), Cartas da Travessia (1817) e Cartas Brasileiras (1817/1826), através das quais conhecemos a vida da arquiduquesa austríaca, pessoa curiosa intelectualmente e com fortes laços familiares, que se tornou a imperatriz do Brasil e teve vida miserável e fim trágico nas mãos do marido Pedro I.
. 84 Charing Cross Road, de Helene Hanff (1916-1997), de 1970, posteriormente transformado em peça teatral e filme (no Brasil, Nunca te Vi, Sempre te Amei), história romanceada da escritora americana que, tendo dificuldade para encontrar obras raras em seu país, passa a corresponder-se ao longo de vinte anos com um livreiro londrino chamado Frank Doel, da firma Marks & Co., uma espécie de sebo situado no endereço que dá título à obra.
. A Cor Púrpura, de Alice Walker , (1944...), http://pt.wikipedia.org/wiki/Alice_Walker. Uma mulher negra do sul dos EUA, quase analfabeta, escreve cartas a Deus e a sua irmã Nettie, já morta, das quais se extrai sua dura realidade de pobreza, opressão e desamor. O livro virou premiadíssimo filme de Steven Spielberg.
. Boquitas Pintadas, de Manuel Puig, (1932-1990), http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Puig , no qual cartas, descrição de fotos antigas, sentenças judiciais e reminiscências montam a história de desencontros amorosos, traições e maledicências.
. Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa,  http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_Cartas_Portuguesas , obra feminista e de resistência à ditadura salazarista.
. Correspondência entre Freud e Jung, início do séc. XX (informação levantada por Teresa Lírio).
. Precisamos Falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver (1957...), carta que mãe, sob o impacto de massacre perpetrado por seu filho em uma escola, envia a destinatário desconhecido, cuja revelação, ao final, amarra toda a trama. (Obra lembrada por Thereza Matos)
Na extrema modernidade:
. Uma amiga escritora está gestando um livro de supostas cartas de personagens históricos. Li a carta-piloto e aguardo ansiosamente as demais.
. A publicitária Cris Guerra, que tem um blog de moda e estilo, agora também escreve cartas ao filho pequeno em http://cartasparafrancisco.wordpress.com




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