terça-feira, 27 de outubro de 2015

LANTERNA MÁGICA, Ingmar Bergman / Relato do Encontro por Vera Correa


Local : Antiga Sede
Presenças:

1. V Correa
2. T Lírio
3. Nena
4. Ana Brandalise
5. Maria Célia
6. C Monclaro
7. Sylvia
8. Regina Luz
9. Suely
10. Masumi
11. Eleuza
12. Jacira
13. Marilena
14. Anna Christina
15. Alice
16. Clarice
17. Luciana
18. Bia
19. Cristina
20. Andyara
21. Karla
22. Cleusa
23. Tata
24. Karla


AVISOS E AJUSTES
1. Sessão de encerramento do ano literário será dia 20 de nov, sexta, na Antiga Sede, palestra do escritor Alcy Cheuiche sobre a Revolta da Chibata e seu livro JOÃO CÂNDIDO - O Almirante Negro http://www.estantevirtual.com.br/b/alcy-cheuiche/joao-candido-o-almirante-negro/1188050223 .Será evento aberto ao público, no entanto com número limitado de participantes a ser definido com o autor.
2. A próxima reunião normal será no dia 4 de fevereiro de 2016, em torno do livro VIDA QUERIDA, da Nobel de 2014 Alice Munro http://www.estantevirtual.com.br/b/alice-munro/vida-querida/1734942463 .
3. Registramos a presença das estreantes Clarice e Jacira, e da fundadora do grupoMassumi.

APRESENTAÇÃO E DEBATE de Lanterna Mágica

T Lírio fez extenso e apaixonado trabalho e lançou luzes sobre vida e obra de Ingmar Bergman.
Todas as participantes  tiveram oportunidade de manifestar sua opinião e estão convidadas a deixar comentários no blog.

LANCHE
As aniversariantes de outubro Eleuza, Cleusa e Nena ofereceram maravilhoso lanche, acompanhado de Veuve Clicquot para o brinde à vida, ao tênis, à leitura e às amizades. Adendo: a apresentadora de Alice Munro será Suely.

LANTERNA MÁGICA, INGMAR BERGMAN - Apresentação de Teresa Lirio


Clicando em Lanterna Mágica verão o roteiro da apresentação.



Comentários:
Embora muitas participantes  trouxessem lembranças dos filmes de Bergman vistos há muito tempo,  com a ênfase em quão difíceis e sombrios eram, foi consenso que o livro agradou a todas. Bem escrito, conteúdo interessante, capaz de despertar nossas emoções e de nos fazer refletir sobre  aspectos essenciais da vida. Assim, debatemos com entusiasmo várias questões:
1)   Sensibilidade x afetividade. Como alguém tão sensível viveu de forma tão “insensível” seus amores e envolveu-se tão pouco com seus filhos? Avançamos nessa diferenciação entre  a sensibilidade no campo sensorial e  perceptivo; odores, movimentos, imagens, cores, tons... e a capacidade empática;  ser capaz de identificar-se com os sentimentos dos outros.
2)   A genialidade  justifica uma conduta abusiva? Admiração pelo gênio no campo da arte, não implica em admiração pela pessoa. Por outro lado cuidamos de não enveredarmos  em uma atitude de julgamento, cada um tem sua história e por mais que seja capaz de conta-la ( até certo ponto) não está isento das repercussões emocionais de seus traumas e desencontros nas relações familiares. No caso de Bergman , impressionou-nos   a repressão da expressão de seu afeto pela mãe, e  seu medo/ódio pelo pai visto como figura rígida e violenta .
3)   Foi registrado também seu compromisso com a verdade, pareceu-nos que ele não estava preocupado em se poupar de críticas. 
4)   Foi levantado também que uma pessoa tão “verdadeira” que assumia   seus atos de forma tão firme, não deveria ficar tão arrasada com a questão do processo por evasão de divisas.  Também surpreendeu o fato de a afetividade que lhe faltou em  campos tão importantes da vida, tenha lhe impelido a se encantar  pelo nazismo.

5)   Esses questionamentos provocaram reflexões no sentido de que talvez a acusação judicial tenha lhe feito reviver o julgamento implacável de seu pai, e quem sabe, essa mesma experiência de ter sofrido tantas exigências e ter que ser perfeito, pudesse ter lhe influenciado no sentido de admirar Hitler e o nazismo.
6)   Também foi comentado o fato de ele ter podido no decorrer de sua autobiografia e mesmo ao longo de sua vida mostrar mudanças. Assim,  nos pareceu que sua arte favoreceu  um processo transformador, no qual suas experiências emocionais apresentam-se mais integradas.  Quem pode ler o livro até o final comentou sobre como foram comovente seus relatos no final da autobiografia sobre seu pai e sua mãe, com registros e lembranças nos quais parecia liberto de rancores e julgamentos e podia vê-los com olhos mais amorosos, levando em conta também momentos nos quais se sentiu amado, além de considerar a história de vida de seus pais, e os sofrimentos pelos quais passaram.  Impressionou-nos também o fato de ele poder se questionar : Como alguém pode passar tantos anos sem se envolver verdadeiramente com os outros?
7)   Outro fator muito comentado foi a sua imensa vitalidade que o fez trabalhar muito e produzir uma obra preciosa .
Espero que vocês lembrem e tragam outros aspectos do nosso debate.




Leitoras