AUTOR: JORGE AMADO
DIA: 02/10/14
LOCAL: CASA DA TEREZINHA
APRESENTADORA: ANDYARA
Grupo de tenistas amantes da leitura. Encontros mensais para profundas discussões sobre o livro e seu autor. Discussões rematadas com um saboroso lanche.
domingo, 7 de setembro de 2014
INFIEL - APRESENTADO POR THEREZA M. E ROSETE
Infiel (literalmente, "sem fé") é um
termo usado em certas religiões monoteístas - especialmente o cristianismo e o islamismo - para quem não tem crenças religiosas, ou que duvida ou rejeita os
dogmas básicos desta religião. Neste contexto, o termo "infiel" é
diferenciado de pagão, que designa aquele que professa uma outra fé.
Particularmente,
"infiel" é um termo eclesiástico do cristianismo, desenvolvido em torno da análise teológica do conceito de infidelidade, que faz uma
clara diferenciação entre aqueles que foram batizados e seguem os ensinamentos da Igreja, e aqueles que estão fora da fé.
O termo "infiel" foi usado pelos cristãos para descrever os
não-cristãos ou aqueles tidos como os inimigos do cristianismo.
O
termo é tembém às vezes aplicado como sinônimo de ateu, aquele que não professa nenhuma crença
religiosa. O ateísmo é geralmente considerado pelos religiosos como ainda mais
perigoso do que a idolatria, a heresia ou a infidelidade.
Ayaan Hirsi Ali
Nome completo
|
Ayaan Hirsi Magan Isse Guleid Ali Wai’ays Muhammad Ali Umar Osman
Mahamud
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Conhecido(a) por
|
Submissão
anti-circuncisão
Infiel
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Nascimento
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Nacionalidade
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Cônjuge
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Ocupação
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Política e escritora
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Religião
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Ayaan
Hirsi Ali
(nascida Ayaan Hirsi Magan; Mogadíscio, Somália, 13 de Novembro de 1969)
é uma ativista, escritora, política e feminista ateísta somali-holandesa-americana, que é conhecida por seus pontos de vista
críticos da mutilação genital feminina e o islamismo.
Nasceu
na Somália.
O seu pai
opunha-se ao regime socialista de Siyad Barre e em 1976 a família teve de fugir do país.
Aos
cinco anos Ayaan e sua irmã de 4 anos sofreram a infibulação do clitóris numa
cerimônia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática. Também
chamada de excisão faraônica, a infibulação é considerada a pior de todas,
pois, após a amputação do clitóris e dos pequenos lábios, os grandes lábios são
seccionados, aproximados e suturados com espinhos de acácia, sendo deixada uma
minúscula abertura necessária ao escoamento da urina e da menstruação. Esse
orifício é mantido aberto por um filete de madeira, que é, em geral, um palito
de fósforo. As pernas devem ficar amarradas durante várias semanas até a total
cicatrização. Assim, a vulva desaparece sendo substituída por uma dura
cicatriz. Por ocasião do casamento a mulher será “aberta” pelo marido ou por
uma “matrona”, mulheres mais experientes designadas a isso. Mais tarde, quando
se tem o primeiro filho, essa abertura é aumentada. Algumas vezes, após cada
parto, a mulher é novamente infibulada.
Quando
tinha seis anos a sua família deixou a Somália para se fixar na Arábia Saudita, depois na Etiópia e mais tarde no Quénia, onde a família obteve asilo político. Foi neste país que Ayaan fez a
maior parte dos seus estudos.
.Em
1992 Ayaan chegou aos Países Baixos. Segundo
Ayaan, o seu pai pretendia casá-la com um primo residente no Canadá. Enquanto aguardava na Alemanha pelos documentos que lhe permitiriam entrar
no Canadá, Ayaan teria decido fugir para os Países Baixos, onde recebeu o estatuto de refugiada.
Trabalhou
como empregada de limpeza e tradutora, antes de frequentar o curso de Ciência
Política na Universidade de Leiden.
Após
a conclusão dos seus estudos trabalhou para a Fundação Wiardi Beckman, um
instituto ligado ao Partido Trabalhista (PvdA). A pesquisa que ela ali desenvolveu focou
sobretudo a integração de mulheres estrangeiras (maioritariamente muçulmanas)
na sociedade neerlandesa.
Esta
pesquisa deu-lhe opiniões fortes sobre o assunto, o que resultou num corte de
relações com o PvdA. Na sua opinião, não havia espaço suficiente dentro do PvdA
para criticar aquilo que ela via como consequências negativas de certos
aspectos sócio-culturais dos migrantes e do Islão.
No
seu livro "de Zoontjesfabriek" ("Infiel") ela
criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura
islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos.
O livro também critica tradições como a circuncisão feminina, que é muito comum na Somália.
Em
2003 foi eleita membro da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento holandês), representando o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD).
Após
a publicação do seu livro, Hirsi Ali recebeu várias ameaças de morte. A maioria
delas circulou na Internet e não foram consideradas sérias.
Numa
entrevista ao jornal diário "Trouw" (sábado, 25 de Julho de 2003), ela afirmou sobre o profeta Maomé: "medido pelos nossos padrões ocidentais, ele é um homem perverso.
Um tirano". Hirsi Ali refere-se ao facto de Maomé ter casado com uma
menina de nove anos. Várias organizações islâmicas e individuos islâmicos
processaram-na por discriminação. No
entanto Hirsi Ali não foi condenada. De acordo com o promotor público, as suas
críticas "não contém quaisquer conclusões com respeito aos muçulmanos, e a
sua dignidade como grupo não é negada".
Em
2004, juntamente com o controverso realizador de cinema neerlandês Theo van Gogh, ela fez um filme intitulado "Submissão" sobre a opressão da
mulher nas culturas islâmicas. O título refere-se ao Islão (que significa
literalmente submissão a Alá) e foi fortemente criticado pelos muçulmanos
neerlandeses, que o consideram uma desgraça para a sua religião. O filme mostra
mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão escritos nos seus corpos. Van Gogh, também um crítico do Islão, recebeu
igualmente ameaças de morte e foi assassinado, por um muçulmano radical, em 2 de Novembro de 2004. No corpo de Van Gogh encontrava-se uma carta que referia que a próxima
pessoa a ser morta seria Ayaan. A deputada teve de abandonar o país, tendo
vivido durante algum tempo na Califórnia, Estados Unidos.
Em
Janeiro de 2005 Hirsi Ali regressou ao parlamento neerlandês, tendo anunciado a
sua intenção em criar uma sequencia para o filme "Submissão", desta
feita focando a situação dos homossexuais masculinos no mundo islâmico.
A
revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no
planeta em 2005.
Em
Maio de 2006 o programa de televisão neerlandês "Zembla" noticiou que
Hirsi Ali tinha prestado falsa informações sobre o seu verdadeiro nome, a sua
idade e o seu país de origem quando solicitou asilo político nos Países Baixos.
O programa também mostrou provas contra a alegação de Hirsi Ali de que o motivo
para o seu asilo teria sido um casamento forçado.
Hirsi
Ali reconheceu ter mentido em relação ao seu nome completo, à sua data de
nascimento e à forma como chegou aos Países Baixos. No entanto, várias fontes,
incluindo o seu livro de Zoontjesfabriek, publicado em 2002, mostravam o seu nome verdadeiro e a sua
data de nascimento.
Os
meios de comunicação dos Países Baixos especularam que Hirsi Ali poderia perder
a cidadania neerlandesa devido às declarações fraudulentas. Numa primeira reacção a ministra Rita Verdonk afirmou que iria investigar o caso, mas um deputado solicitou-lhe uma
declaração oficial. As investigações ao caso concluiram que Hirsi Ali nunca
recebeu a cidadania neerlandesa por ter mentido no processo.
No
dia 16 de Maio Hirsi Ali demitiu-se do parlamento, reconhecendo ter mentido no processo
de asilo político. Sua cidadania holandesa foi restabelecida ainda em 2006,
após Ayaan ter sido obrigada a se declarar a única culpada pela mentira que lhe
concedeu o asilo político. A ministra Rita Verdonk, acabou tendo sua renuncia
solicitada pelo parlamento por ter colocado como condição única para o
restabelecimento da cidadania de Ayaan Hirsi Ali este ato. A ministra Rita
Verdonk não renunciou ao cargo, o que acabou desmanchando o governo. Sendo
necessário uma nova eleição.
Prêmios
•
No
dia 20 de Novembro de 2004 Ayaan Hirsi Ali foi galardoada com o Prêmio
Liberdade do Partido Liberal da Dinamarca "pelo seu trabalho a favor da
liberdade de expressão e dos direitos das mulheres". Devido a ameaças de fundamentalistas islâmicos não foi possível a Ayaan estar presente na
cerimónia de entrega do prémio. No entanto, um ano depois, a 17 de Novembro de 2005, ela viajou até à Dinamarca para agradecer
pessoalmente a Anders Fogh, primeiro-ministro da Dinamarca e líder do Partido Liberal.
•
No
dia 29 de Agosto de 2005 Ayaan foi galardoada com o Prémio Democracia do Partido Liberal da Suécia "pelo seu corajoso trabalho a favor da
democracia, direitos humanos e direitos das mulheres."
•
Prêmio Coragem Moral de compromisso com a resolução de conflitos, ética e cidadania mundial
ATUAL:
Desde
de 2013 Hirsi Ali se tornou membro da John F. Kennedy School of Government da Universidade Harvard, e vive nos Estados Unidos. Ela é casada com o
historiador britânico e comentarista público Niall Ferguson. Se tornou uma
cidadã naturalizada nos Estados Unidos em 25/04/13
Idiomas : Somália – Somali, Arábia – árabe, Etiópia – amárico, Quênia –
ingles e Holanda – holandes.
Theodorus (Theo) van Gogh
(Haia, 23 de Julho de 1957 — Amsterdão, 2 de Novembro de 2004) foi um realizador de cinema, um polêmico autor e ator dos Países Baixos.
Juntamente
com Hirsi Ali, van Gogh foi o autor do filme com o título "Submissão". Aborda
a situação da mulher nas sociedades islâmicas, com temas como os casamentos
arranjados, a violência doméstica o incesto. Após a estreia do filme, Van Gogh e Hirsi
Ali receberam ameaças de morte. O filme foi exibido na televisão holandesa em
2004.
Van
Gogh foi assassinado na manhã de terça-Feira, 2 de Novembro de 2004, em Amsterdã, numa esquina de uma área aonde
vivem muitos imigrantes. Foi esfaqueado e alvejado a tiro (7 tiros) e faleceu imediatamente. O
alegado assassino foi detido pela polícia após perseguição e após ter sido alvejado numa
perna. Era um jovem de 26 anos, de dupla nacionalidade (holandesa e
marroquina), muçulmano.
Em
26 de Julho de 2005, um tribunal holandês condenou Mohammed Bouyeri. Foi sentenciado
a prisão perpetua sem liberdade condicional.
Durante as sessões do julgamento, Bouyeri acabou por confessar a autoria do crime, afirmando que agiu em
nome da sua religião e que voltaria a repetir o ato.
Segundo
o autor e colunista holandês Leon de Winter, o caso de Theo van Gogh é um resultado
trágico do confronto cultural entre uma cultura holandesa tradicionalmente
tolerante e liberal e o fluxo de imigração de zonas do mundo que não têm esse mesmo caracter. Van Gogh foi um
símbolo da liberdade de expressão e do pensamento crítico, por vezes exacerbado, que são
característicos de uma sociedade pluralista e moderna.
É
uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Alcorão, um texto considerado pelos seus seguidores como a palavra literal de Deus (Alá, em árabe: الل; transl.: Allāh),
e pelos ensinamentos e exemplos normativos (a chamada suna, parte do hadith) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano.
Os
muçulmanos acreditam que Deus é único e
incomparável
e o propósito da existência é adorá-Lo. Eles também acreditam que o
islã é a versão completa e universal de uma fé primordial que foi revelada em
muitas épocas e lugares anteriores, inclusive por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles consideram profetas. Os seguidores do islão afirmam que as mensagens e revelações anteriores
foram parcialmente alteradas ou corrompidas ao longo do tempo, mas
consideram o Alcorão como uma versão inalterada da revelação final de Deus. Os conceitos e as
práticas religiosas incluem os cinco pilares do islão, que são conceitos e atos básicos e
obrigatórios de culto, e a prática da lei islâmica, que atinge praticamente todos os aspectos
da vida e da sociedade, fornecendo orientação sobre temas variados, como sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao meio ambiente.
Os muçulmanos estão divididos em
dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas. Essas tendências surgem da
disputa pelo direito de sucessão a Maomé. A divergência principal diz respeito
à natureza da chefia: para os xiitas, o líder da comunidade (imã) é herdeiro e
continuador da missão espiritual do Profeta; para os sunitas, é apenas um chefe
civil e político, sem autoridade espiritual, a qual pertence exclusivamente à
comunidade como um todo (umma). Sunitas e xiitas fazem juntos os mesmos ritos e
seguem as mesmas leis (com diferenças irrelevantes), mas o conflito político é
profundo.
Maomé nunca deixou claro
quem seria seu sucessor. Quando morreu, em 632, a comunidade muçulmana tinha um
belo abacaxi nas mãos. Como seria escolhido o novo líder? Que funções ele
teria? Quanto duraria o mandato? Assim, surgiram dois grupos antagônicos.
“O primeiro, minoritário,
preferia reservar a honra da linhagem profética à família de Maomé. Seu
pretendente era Ali ibn Abi Talib, genro do Profeta, casado com sua filha
Fátima”, diz o historiador Peter Demant, autor de O Mundo Muçulmano. .”
O
grupo menor formava o Shiat Ali, ou “partido de Ali”. Seus seguidores ficaram conhecidos
como xiitas.
“Para a segunda corrente,
porém, qualquer fiel poderia ser candidato, desde que fosse aceito por consenso
pela comunidade.”
A facção majoritária foi chamada de sunita (do termo
Ahl al Sunna, “o povo da tradição”). Em meio à emergência de escolher um novo
líder, o círculo íntimo dos seguidores do Profeta elegeu Abu Bakr, velho
companheiro de Maomé. Abu Bakr usou o título de califa, uma palavra árabe que
combina as ideias de sucessor e representante. Os sunitas aplaudiram a escolha,
mas o xiitas protestaram: eles
insistiam que Ali era o candidato legítimo.
Inicia-se então uma rivalidade
histórica entre sunitas e xiitas que se acentua com a revolução iraniana de
1979 que, sob a liderança do aiatolá Khomeini (xiita), depõe o xá Reza Pahlevi
e instaura a República islâmica do Irã.
Locais:
Comunidades
islâmicas significativas também são encontradas na China, na Rússia e em partes da Europa. Comunidades convertidas e de imigrantes são encontradas em quase todas
as partes do mundo . Com cerca de 1,41-1,57 bilhão de muçulmanos, compreendendo
cerca de 21-23% da população mundial, o islã é a segunda maior religião e uma das que mais crescem no mundo.
O islã ensina seis crenças principais:
•
a
crença em um único Deus;
•
a
crença nos livros sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a colectânea
dos ensinamentos revelados por Deus ao profeta Maomé;
•
a
crença no dia do Julgamento Final, no qual as ações de cada pessoa serão
avaliadas;
•
a
crença na predestinação: Deus tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que
acontece a cada pessoa.
A
pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com a exceção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o
clemente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão
frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no
capítulo (sura) 59:
"Ele
é Deus e não há outro deus senão Ele, que conhece o invisível e o visível. Ele
é o Clemente, o Misericordioso!
Ele
é Deus e não há outro deus senão Ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel,
o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que
os homens lhe associam!
Ele
é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).
Os
muçulmanos acreditam que Deus usou profetas para revelar escrituras aos homens.
A revelação dada a Moisés foi a Taura (Torá), a Davi foram dados os Salmos e a Jesus o Evangelho. Deus foi revelando a sua mensagem
em escrituras cada vez mais abrangentes que culminaram com o Alcorão, o derradeiro livro revelado a Muhammad.
Segundo
as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em que
cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas acções
que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados directamente
para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem também entrar no Paraíso.
As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas
religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de fato nunca o
foram.
Segundo
a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários
sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o
aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará
verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.
Os
cinco pilares do islã são cinco deveres básicos de cada muçulmano:
Islã no Brasil
Conta
com 35.167 seguidores (Número desatualizado), segundo dados do censo
demográfico de 2010 IBGE. Porém, algumas instituições islâmicas brasileiras consideram que
o número de seguidores é muito superior a isso. A Federação Islâmica Brasileira
defende que há cerca de 1,5 milhão de fiéis do Islã no país e estima que 50 mesquitas e mais de 80 centros islâmicos estão
espalhados pelo Brasil.A maior parte dos muçulmanos brasileiros vivem nos
estados de São Paulo e Paraná, mas também existem comunidades significativas em Mato Grosso do Sul, Sergipe,Pernambuco e Rio Grande do Sul. Uma grande parte desses muçulmanos são
descendentes de imigrantes sírios e libaneses que fixaram residência no país durante a Primeira Guerra Mundial. Mais uma boa parte dos Muçulmanos também
são de origem Palestina , Marroquina ,Egipcia e de origem Africana. Na cidade de São Paulo existem cerca de dez mesquitas.
Somália
A Somália, oficialmente República Federal da Somália, é um país localizado no Corno de África. Faz fronteira com o Djibuti no noroeste, Quênia no sudoeste, o Golfo de Aden com o Iémen a norte, o Oceano Índico a leste e com a Etiópia no oeste.
Capital: Mogadíscio
A
Somália é considerada uma república democrática.
Segundo alguns
pesquisadores a Somália era um importante centro
comercial na Antiguidade.
Era um grande exportador de especiarias para os povos Fenícios, Micênicos e Babilônios.
Comerciavam Incenso, mirra e outras especiarias. Esses artigos eram apreciados e valiosos
para as sociedades antigas.
A Religião islâmica
passou a existir devido aos
comerciantes estarem em constantes convivência com os árabes convertidos ao
Islã. A cidade de Mogadíscio
chegou a ser considerada a Cidade do Islã, e controlou o comércio de ouro durante vários séculos.
Na Idade Média o General
Ahmed Gurey, foi o primeiro
comandante africano a obter e usar Canhões
de Guerras na África. Nessa
época, a Somália não sofreu colonização. O governo de Dervixe guerreou com sucesso contra os britânicos
por quatros vezes coagindo os mesmos a irem embora.
Somente em 1920,
o Reino Unido conseguiu derrotá-los quando pela primeira vez utilizou aviões,
que bombardearam a capital da Somália.
A
Somália atual surgiu em 1960, quando dois protetorados (um italiano e outro
britânico) uniram-se. A Somália Britânica ganhou independência como Estado da Somalilândia
em 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1
de julho de 1960. A então Somália Francesa, atual Djibouti, conseguiu sua independência separadamente,
em 1977.
A
Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969, e por meio de um golpe de estado chegou ao
poder Siad Barre.
Durante
esta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética. Em 1974, a Somália e a União Soviética assinaram um tratado, que previa aos
soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após
três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para
o Ocidente. Portanto, a situação econômica do país era muito delicada.
Ante
esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em
1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território,
dissolvendo-se de fato o estado somali já existente.
Este
grupo opositor se dividiu em 1991 por motivos diferentes e distintos, entre eles as tradicionais
inimizades entre diferentes classes e etnias: o Movimento Patriótico Somali (MPS) ao sul e o Movimento Nacional Somali (MNS) ao norte. Por outro lado, o grupo Congresso Unido Somali (CUS) tomou a capital Mogadíscio, provocando a queda de Siad Barre.
Ayaan
era fila do político somali e líder da oposição Hirsi Magan Isse (no livro ela
relata que ele era do FSDS – movimento de oposição ao governo).
Com
o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desaparece após a
queda da ditadura pró-soviética de Siad Barre, em 1991. Os "senhores da guerra"
tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil
intermitente, a qual matou dezenas de milhares de
somalis. Não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões.
Em
janeiro de 1991, o presidente Ali Mahdi Muhammad foi escolhido presidente interino até uma
conferência entre todas as partes interessadas , mas movimentos de oposição não
aceitaram. Conflitos armados devastaram a região. A guerra civil tem
interrompido a agricultura e a distribuição de alimentos no sul da Somália.
Em 1992 iniciou-se, primeiramente no sul, uma ação humanitária da ONU, encabeçadas por tropas dos Estados Unidos. Embora conseguisse diminuir a fome no
país. A operação foi um fiasco, com a morte de 18 soldados norte-americanos
contada no filme "Falcão Negro em Perigo". Os marines deixaram o país em 1993. Sozinha, a ONU acabou por retirar-se
oficialmente a 3 de março de 1995. A ONU interveio para a formação de um governo, sem ter êxito.
Desde o início da guerra civil, nos anos 1990, somalis tem praticado a pirataria nas águas ao largo do Chifre da África, sequestrando navios e petroleiros e suas tripulações em alto mar, em troca de resgate, tornando a região
uma ameaça à navegação internacional (Filme do Capitão Phillips com Tom Hanks)
Em 26 de dezembro de 2004, uma das catástrofes naturais mais
devastadoras da história contemporânea, o tsunami que varreu os países do Sudoeste Asiático, também afetou a Somália,
destruindo povoações e segundo as estimativas, causando a morte de 298 pessoas.
Países Baixos
(em
neerlandês: Nederland, literalmente "país baixo") é uma nação constituinte do Reino dos Países Baixos localizada na Europa ocidental. O país é uma monarquia constitucional parlamentar democrática .A capital é Amsterdã e a sede do governo é Haia.
Geograficamente,
os Países Baixos são um país de baixa altitude, com cerca de 27% de sua área e
60% de sua população situados abaixo do nível do mar. Uma significativa parte de seu território foi obtida através da
recuperação e preservação de terras através de um elaborado sistema de pôlderes e diques.
Os
Países Baixos são um país densamente povoado que é conhecido por seus moinhos de vento, tulipas, tamancos, cerâmica de Delft, queijo gouda, artistas visuais, bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e
virtudes civis, tais como a sua tolerância social, tendo se tornado conhecido por sua
política liberal em relação à homossexualidade, drogas, prostituição, eutanásia e aborto. É um dos países com melhor qualidade de vida do mundo, fator pelo qual possuí um dos
melhores Índices de Desenvolvimento
Humano da
Europa e do mundo, segmentado em sua forte
política de assistência social e direitos considerados essenciais, como
educação, saúde e segurança de qualidade, garantidos em nível máximo a seus
habitantes. O
país possui uma das economias capitalistas mais livres do mundo — 15ª posição entre 177 países ( Índice de Liberdade Econômica em 2014)
Entre outras afiliações, o país é membro fundador da União Europeia (UE), da OTAN, da OCDE
( Org. para cooperação e desenvolvimento economico), da OMC e assinou o Protocolo de Quioto. O país é palco de cinco tribunais
internacionais: a Corte Permanente de Arbitragem, o Tribunal Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia, o Tribunal Penal Internacional e o Tribunal Especial para o Líbano. Os quatro primeiros estão situados em Haia
assim como a sede da agência da UE de informação criminal, a Europol. Isto levou a cidade a ser apelidada de "capital
judiciária do mundo".
Os Países Baixos são frequentemente chamados de Holanda, o que é tecnicamente impreciso, já que as Holandas do Norte e do Sul são duas de suas doze províncias.
Religião
-
39%
de sua população filiada a alguma religião
-
menos
de vinte por cento frequenta regularmente suas respectivas igrejas. A minoria
praticante de alguma religião se divide principalmente entre o catolicismo (18%), mais forte ao sul dos grandes rios e o protestantismo, ao norte (15%). A maior parte destes
protestantes pertence à Igreja Reformada Neerlandesa.
Pesquisa de 2005 :
34% dos cidadãos neerlandeses responderam que acreditam existir algum
deus,
37% respondeu que acreditam que exista algum tipo de força e 27%
que não acreditam que exista nenhum tipo de força superior, deus ou nada
espiritual.
Política
Os Países Baixos são uma monarquia constitucional desde 1815 e uma democracia parlamentar desde 1848. A política e governança
neerlandesas são caracterizadas pelo esforço em alcançar um amplo consenso
sobre questões importantes dentro tanto da comunidade política quanto da sociedade como um todo. Em 2008, a revista The Economist classificou os Países Baixos como o décimo país mais democrático do mundo.
O monarca é o chefe de Estado. O cargo é ocupado desde 30 de abril de 2013 pelo rei Guilherme Alexandre após a abdicação de sua mãe a então rainha Beatriz.
Os Países Baixos têm uma longa tradição de tolerância social .Essa
tradição de tolerância está ligada a políticas sobre drogas recreacionais, prostituição, direitos LGBT, eutanásia e aborto, que estão entre as mais liberais do mundo.
CRÍTICA
1 - Anna
Applebaum, Washington Post
Em novembro de 2004, o cineasta Theo van
Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou
e lhe cravou no
peito uma carta em que anunciava sua
próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali, que fizera ao lado de Theo o filme Submissão,
sobre a situação da mulher muçulmana. E assim essa jovem exilada somali, eleita
deputada do parlamento holandês e conhecida na Holanda por sua luta pelos
direitos da mulher muçulmana e por suas críticas ao fundamentalismo islâmico,
tornou-se famosa mundialmente. No ano seguinte, a revista Time a incluiu
entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Como foi possível para uma
mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar
a essa notoriedade no Ocidente?
Em Infiel, sua autobiografia
precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida,
desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual
na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. É uma vida de
horrores, marcada pela circuncisão feminina aos cinco anos de idade, surras
freqüentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que
lhe causou uma fratura do crânio. É também uma vida de exílios, pois seu pai,
quase sempre ausente, era um importante opositor da ditadura de Siad Barré: a
família fugiu para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e fixou-se finalmente no
Quênia.
Obrigada a freqüentar escolas em muitas
línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da
Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem) à mistura
cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo
islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os
clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido
escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram sua
vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda. Ayaan descobre então os
valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e
passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo,
concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a
mulher na sociedade muçulmana.
"Infiel mostra que uma
mulher decidida pode mudar muito mais do que sua própria história." -
Christopher Hitchens, Sunday Times
"Este livro é mais do que uma
autobiografia comum: descreve uma jornada intelectual incomparável, que parte
dos costumes tribais de uma infância na Somália, passa pelo fundamentalismo
severo da Arábia Saudita e desemboca no Ocidente contemporâneo. Ao longo do
caminho, Hirsi Ali exibe o seu maior dom: o talento de relembrar, descrever e
analisar com honestidade o estado preciso de seus sentimentos em cada estágio
da jornada."
CRÍTICA 2 - Refúgio no mundo da razão
A mulher que foi mutilada e ameaçada de morte pelos fundamentalistas – e
ainda assim diz ter muita sorte
Jerônimo Teixeira ( REVISTA VEJA)
Ayaan Hirsi Ali é uma mulher de sorte. Pelo menos, é o que ela diz no
epílogo de Infiel (tradução de Luiz A. de Araújo; Companhia das
Letras; 512 páginas; 49 reais), seu livro de memórias. Não deixa de ser uma
declaração surpreendente: nas páginas que antecedem o capítulo final, Ayaan
passa pela excisão do clitóris, em uma operação bárbara, realizada sem
anestesia, e é espancada até ter a cabeça fraturada por um professor da escola
islâmica – para ficar apenas com os infortúnios da infância. Crítica feroz da
opressão das mulheres sob o Islã, a ex-parlamentar holandesa de origem africana
detesta a insinuação de que seus ataques são resultado do ressentimento por seu
passado "traumático". "Quero ser julgada pela legitimidade dos
meus argumentos, não como uma vítima", escreve ela. Não resta dúvida,
porém, de que sua biografia empresta força ao seu argumento. Ayaan diz
basicamente que o mundo islâmico em geral está em descompasso com a modernidade
e que as sociedades ocidentais oferecem mais liberdade e segurança, sobretudo
para as mulheres. Nascida na Somália e criada por uma família muçulmana, Ayaan
tem a autoridade da experiência para falar desses temas.
A grande sorte de Ayaan foi sua fuga para a Holanda, país que lhe deu
cidadania e onde ela fez uma breve e controversa carreira política, como
parlamentar pelo Partido Liberal. Na Holanda, ela colaborou com o cineasta Theo
van Gogh na realização do curta-metragem Submissão, que inflamou os
fundamentalistas por sua denúncia da condição feminina sob o Islã – e pelo
sacrilégio de mostrar trechos do Corão, em árabe, impressos sobre a pele
nua de uma mulher espancada. Em 2004, Mohammed Bouyeri, holandês de ascendência
marroquina, matou Van Gogh quando ele andava de bicicleta nas ruas de Amsterdã.
Depois de balear o cineasta, ele o degolou e afixou, com uma faca, uma carta em
seu peito – repleta de ameaças a Ayaan, que então passou a viver sob vigilância
constante de guarda-costas. Incomodados com esse aparato de segurança, os
vizinhos de Ayaan pleitearam, na Justiça, que ela deixasse o prédio. Pela mesma
época, surgiram acusações de que ela teria mentido na sua solicitação de
cidadania holandesa, em 1997. Detalhes mínimos como a mudança de um nome de família
quase causaram cassação da cidadania – e provocaram uma crise que levou à queda
do gabinete liberal, em 2006. Ayaan mudou-se para os Estados Unidos, onde
aceitou uma posição no American Enterprise Institute, um "think tank"
conservador.
A mulher que estava destinada à servidão doméstica – o pai chegou a
arranjar seu casamento com um desconhecido – acabou entrando para uma lista das
100 pessoas mais influentes do mundo elaborada pela revista Time, em
2005. Adversária do relativismo, Ayaan não admite que práticas como a ablação
do clitóris e o casamento arranjado à revelia da mulher sejam desculpadas em
nome do respeito a tradições primitivas. Essas posições perfeitamente razoáveis
têm valido a ela uma bizarra acusação de rendição ao "imperialismo cultural"
do Ocidente – como se ela devesse se submeter à opressão e à tortura por
fidelidade a suas raízes. À parte sua história fascinante, marcante no livro
de Ayaan é o desassombro com que ela afirma cabalmente a superioridade dos
valores ocidentais: "Passei do mundo da fé para o mundo da razão. Sei que
um desses mundos é simplesmente melhor do que o outro".
Mutilação religiosa
"A mutilação dos órgãos
genitais da mulher é anterior ao Islã. Nem todos os muçulmanos adotam essa
prática, e alguns povos que a adotam não professam o islamismo. Mas, na
Somália, o procedimento sempre se justifica em nome do Islã.
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Imigração
Continente exige aceitação de valores por parte de estrangeiros
Colin Nickerson
The
Boston Globe
Uma mulher nua
diverte-se na praia. Homossexuais se acariciam num parque. Essas imagens
fazem parte de um vídeo intitulado Vindo para a Holanda, apresentado
pelo governo a futuros prováveis imigrantes. Ele faz parte de medidas de
controle adotadas recentemente, para determinar se os novos imigrantes aceitam
os "valores" ocidentais. Qualquer um que se ofender com essas
imagens, pondera a autoridade holandesa, provavelmente se sentirá infeliz no
país e não deve ser admitido.
Por toda a Europa, países que durante décadas
acolheram generosamente imigrantes e refugiados hoje já não estendem mais o
tapete de boas-vindas.
O sentimento antiimigrante, beirando a xenofobia -
que antes era limitado a poucos partidos de direita - transformou-se na
política oficial em países como Holanda, França, Alemanha e Grã-Bretanha. Novas
leis criam mais obstáculos para os recém-chegados, especialmente muçulmanos,
e são encorajadas por muitos europeus. Pesquisas indicam que, em quase
todos os países da Europa, a maioria é favorável não só a que sejam
aumentadas as restrições à vinda de imigrantes comuns, como também a que as
autoridades sejam menos suscetíveis às histórias dos refugiados que buscam
asilo político.
Os alarmes que soam têm uma base econômica, como a eterna
preocupação de que os imigrantes roubem os empregos dos cidadãos locais. Os
analistas, porém, acham que os europeus estão mais temerosos do terrorismo e
da expansão rápida da cultura islâmica.
Muitos imigrantes e refugiados sem
documento que chegam ao continente europeu vêem da África rural, da Turquia e
sul da Ásia. Eles estão mudando a face da Europa Ocidental. É mais fácil
comprar um "kebab" em Roterdã do que o tradicional arenque em
conserva holandês; Berlim é a maior "cidade turca" fora da Turquia;
e os distritos comerciais nos subúrbios de Paris parecem um bazar
norte-africano.
Na França, há duas semanas, foi aprovada preliminarmente uma
lei que restringe drasticamente a imigração de trabalhadores não qualificados
vindos de fora da Europa, estabelece regras mais rígidas para aquisição da
cidadania francesa e dificulta a vinda de famílias de trabalhadores que já
estão no país. Na Alemanha, este mês, a chanceler Angela Merkel endossou um
plano para a criação de testes mais rigorosos para aquisição de cidadania
alemã.
A ministra holandesa da Imigração, Rita Verdonk, parece expressar a
opinião que vem prevalecendo, ao comentar publicamente: "É importante
termos claras as reivindicações populares. Eles precisam aceitar nossos
valores, respeitar nossas leis, aprender nossa língua."
A justificação
dada para as medidas adotadas é uma melhor assimilação dos imigrantes. O que
é um novo programa de ação para a Europa, que durante muito tempo adotou a
política multiculturalista de abordagens diferentes para raças diferentes.
Hoje, porém, o tema principal das agendas nacionais é promover a integração
ao estilo americano, após os atentados a bomba cometidos na Grã-Bretanha por
radicais islâmicos que cresceram naquele país, dos distúrbios em guetos
muçulmanos na França, dos assassinatos de personalidades públicas holandesas por
extremistas religiosos, e o furor global após um jornal dinamarquês publicar
caricaturas representando o profeta Maomé.
Alguns analistas consideram essas
novas leis um recuo. O continente viu nervosamente sua população muçulmana
crescer, de algumas centenas de milhares após a 2ªGuerra a mais de 15
milhões.
"A desconfiança e o medo dos muçulmanos são mais intensos na
Europa do que nos EUA, mesmo imediatamente após o 11 de Setembro", diz
Kees Groenendijk, chefe do Centro para as Leis de Imigração da Universidade
de Nijmegen, Holanda.
"Ao contrário dos EUA, nossos políticos não
enfatizam muito o fato de que imigrantes legalizados, pessoas ordeiras, não
são um problema e que necessitamos deles para nossa prosperidade e nossa
sobrevivência como uma economia aberta."
A Holanda ficou chocada com os
assassinatos por extremistas islâmicos, em 2002, do político Pim Fortuyn, que
alertou para o fato de o país estar admitindo um número excessivo de
islâmicos, e, em 2004, do produtor de cinema Theo Van Gogh. E o país mudou,
de sociedade mais aberta da Europa para um país com a linha mais dura do
continente. Entre outras coisas, está prometendo expulsar mais de 26 mil
refugiados que obtiveram asilo com base em informações falsas. Essas pessoas
receberam asilo por causa de suas alegações de perseguição religiosa,
política ou étnica em seu país natal.
Um fato dramático ocorreu na semana
passada, quando o governo holandês decidiu tirar a cidadania de uma deputada,
conhecida internacionalmente por insistir para que os europeus defendam com
mais rigor sua cultura contra os imigrantes muçulmanos. Ayaan Hirsi Ali, que
precisou viver sob proteção policial por causa de sua campanha contra os
maus-tratos sofridos pelas mulheres em países muçulmanos, admitiu ter mentido
sobre os motivos pelos quais pediu asilo político, em 1992. Mas mesmo os
intransigentes críticos à imigração na Holanda, ficaram estarrecidos quando
Verdonk tentou anular a cidadania de Ayaan. A decisão foi revista após duras
críticas feitas por jornais e políticos em toda a Europa.
Novas leis na
Holanda agora exigem que os prováveis imigrantes passem por exames sobre
língua, história e cultura holandesas, na embaixada em seu país natal. E
devem assistir ao polêmico vídeo, que mostra também enclaves de imigrantes
superlotados e outras cenas calculadas de forma a dar uma visão realista da
vida no Ocidente.
Na França, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, tem
advertido aos novos imigrantes: "Ame a França ou deixe-a."
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I
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Autora
do best-seller 'Infiel' e Marie Claire:
Por email, ela concedeu
a seguinte entrevista a Marie
Claire:
Marie Claire - O que significa para uma mulher ser muçulmana no século 21?
Ayaan Ali - Tudo vai depender de quem é essa mulher. Algumas mulheres nascem em famílias ou em contextos favoráveis ao seu bem-estar. Eu tive um debate há cerca de um ano com uma garota árabe-americana, cujos pais eram muito liberais. Ela foi bem educada, teve uma carreira brilhante e foi dada a ela toda liberdade de se vestir como quisesse e de escolher com quem se casaria. Ou seja, ela desfrutou de todas as liberdades de uma americana média. Há milhares de garotas como essa. Há outro exemplo de uma jovem mulher - também árabe-americana, que começou a colaborar com a Fundação AHA [que trabalha para proteger os direitos das mulheres que vivem no Ocidente e sofrem abusos causados em nome da cultura e religião], que era forçada a usar o niqab (véu preto que cobre o corpo e o rosto parcial ou completamente), foi proibida pela família de ir à faculdade e estava fugindo de um casamento forçado. Há milhões de garotas como ela. Há outras ainda que não se preocupam em se submeter à cultura e religião dos pais. No século 21, as meninas do primeiro exemplo devem ajudar as moças do segundo e terceiro exemplo a emancipar-se.
MC - Como você enxerga a atitude de países como a França que proibiu as mulheres de usarem o véu do tipo niqab?
AA - É uma boa maneira de chamar a atenção para o tratamento que as mulheres muçulmanas recebem. Porém, precisamos de mais: disque-denúncias para meninas que são ameaçadas de morte, muitas vezes pelos próprios familiares que se sentem ofendidos por algum comportamento e acham que têm o direito de matar. Essas pessoas precisam responder à lei como qualquer outra. E essas meninas precisam de abrigos seguros, onde possam receber educação e dar passos para uma vida independente. O casamento forçado foi proibido recentemente no Reino Unido. Isso é um grande passo. Todo país civilizado deveria fazer isso. As famílias deveriam ser proibidas de agir baseadas na sharia (leis islâmicas) porque isso significa negar às mulheres o direito de escolher um marido, de ter pensão alimentícia, guarda dos filhos e tantas outras liberdades que mulheres ocidentais comuns têm.
MC - Você foi extremamente religiosa durante sua juventude. Hoje é considerada uma das mais importantes críticas do islamismo. Existe alguma chance de você se reconciliar com a religião de sua família?
AA - Eu não sou hostil à religião em si e a maneira como minha família exerce sua fé não é perigosa. Eu sempre estive aberta a aceitar minha a fé dos muçulmanos desde que argumentos religiosos não sejam usados para restringir a liberdade de pessoas nem lhes fazer mal fisicamente. Sempre foi a minha família e outros muçulmanos que tiveram dificuldade em aceitar meu ateísmo.
MC - Você casou e teve filhos nos Estados Unidos?
AA - Sim. E não.
MC - Como é a sua rotina atualmente?
AA - Por razões de segurança, não posso entrar em detalhes. Mas eu costumo escrever, dou palestrar e participo de debates.
MC - Quando você olha para trás, sente orgulho da sua história?
AA - Ao invés de orgulhosa eu diria que me sinto afortunada. Sou muito sortuda por ter tido o apoio de pessoas muito boas. Eu não estaria onde estou se tivesse que fazer tudo sozinha. Só foi possível porque tive a generosidade de gente que até então era estranha para mim
MC - O mundo acabou de lembrar os dez anos dos atentados de 11 de setembro. Em sua opinião, houve alguma mudança nas táticas dos terroristas de lá para cá?
AA - Os radicais islâmicos têm resistido à pressão, apesar da campanha dos Estados Unidos para erradicar a Al-Qaeda e outros grupos. Figuras-chave como Osama Bin Laden foram mortos e medidas efetivas foram tomadas para destruir a logística e a estrutura financeira de grupos terroristas. Isso tudo é uma boa notícia. Contudo, nesses dez anos mais fundamentalistas juntaram-se às fileiras radicais. A propagação da ideologia islâmica não foi suficientemente abordada na década que passou. Esse é o desafio para os próximos dez anos.
MC - Qual a diferença entre os imigrantes muçulmanos da Europa e dos Estados Unidos?
AA - Na Europa, a maioria dos imigrantes muçulmanos não tem quase nenhum dinheiro e educação quando cruzam a fronteira. Porém, o continente tem um sistema muito bem elaborado de direitos sociais. Alguns imigrantes acham trabalhos com baixa remuneração, os chamados empregos sazonais, e depois de um tempo entram na rede de benefícios do sistema social. A maioria dos filhos desses imigrantes deixa a escola antes de conseguirem um diploma. A ascensão do islamismo entre os imigrantes muçulmanos pobres, que estão presos no sistema social e também em guetos, criou uma situação muito delicada entre eles e as sociedades européias que os acolheram. Os muçulmanos são vistos como parasitas e encrenqueiros. Some isso aos ataques terroristas e há muita tensão. Isso dá espaço para partidos populistas e de extrema-direita que tem como única meta frear a imigração de muçulmanos para a Europa. Nos Estados Unidos existem muçulmanos com pouca educação e dinheiro, mas a maior parte é de classe média. Eles falam inglês muito bem e são organizados. Há tensões, principalmente depois dos ataques de 11 de setembro. Mesmo assim é menor do que na Europa. E o sistema de previdência social dos EUA não é tão fácil de beneficiar como o europeu.
Marie Claire - O que significa para uma mulher ser muçulmana no século 21?
Ayaan Ali - Tudo vai depender de quem é essa mulher. Algumas mulheres nascem em famílias ou em contextos favoráveis ao seu bem-estar. Eu tive um debate há cerca de um ano com uma garota árabe-americana, cujos pais eram muito liberais. Ela foi bem educada, teve uma carreira brilhante e foi dada a ela toda liberdade de se vestir como quisesse e de escolher com quem se casaria. Ou seja, ela desfrutou de todas as liberdades de uma americana média. Há milhares de garotas como essa. Há outro exemplo de uma jovem mulher - também árabe-americana, que começou a colaborar com a Fundação AHA [que trabalha para proteger os direitos das mulheres que vivem no Ocidente e sofrem abusos causados em nome da cultura e religião], que era forçada a usar o niqab (véu preto que cobre o corpo e o rosto parcial ou completamente), foi proibida pela família de ir à faculdade e estava fugindo de um casamento forçado. Há milhões de garotas como ela. Há outras ainda que não se preocupam em se submeter à cultura e religião dos pais. No século 21, as meninas do primeiro exemplo devem ajudar as moças do segundo e terceiro exemplo a emancipar-se.
MC - Como você enxerga a atitude de países como a França que proibiu as mulheres de usarem o véu do tipo niqab?
AA - É uma boa maneira de chamar a atenção para o tratamento que as mulheres muçulmanas recebem. Porém, precisamos de mais: disque-denúncias para meninas que são ameaçadas de morte, muitas vezes pelos próprios familiares que se sentem ofendidos por algum comportamento e acham que têm o direito de matar. Essas pessoas precisam responder à lei como qualquer outra. E essas meninas precisam de abrigos seguros, onde possam receber educação e dar passos para uma vida independente. O casamento forçado foi proibido recentemente no Reino Unido. Isso é um grande passo. Todo país civilizado deveria fazer isso. As famílias deveriam ser proibidas de agir baseadas na sharia (leis islâmicas) porque isso significa negar às mulheres o direito de escolher um marido, de ter pensão alimentícia, guarda dos filhos e tantas outras liberdades que mulheres ocidentais comuns têm.
MC - Você foi extremamente religiosa durante sua juventude. Hoje é considerada uma das mais importantes críticas do islamismo. Existe alguma chance de você se reconciliar com a religião de sua família?
AA - Eu não sou hostil à religião em si e a maneira como minha família exerce sua fé não é perigosa. Eu sempre estive aberta a aceitar minha a fé dos muçulmanos desde que argumentos religiosos não sejam usados para restringir a liberdade de pessoas nem lhes fazer mal fisicamente. Sempre foi a minha família e outros muçulmanos que tiveram dificuldade em aceitar meu ateísmo.
MC - Você casou e teve filhos nos Estados Unidos?
AA - Sim. E não.
MC - Como é a sua rotina atualmente?
AA - Por razões de segurança, não posso entrar em detalhes. Mas eu costumo escrever, dou palestrar e participo de debates.
MC - Quando você olha para trás, sente orgulho da sua história?
AA - Ao invés de orgulhosa eu diria que me sinto afortunada. Sou muito sortuda por ter tido o apoio de pessoas muito boas. Eu não estaria onde estou se tivesse que fazer tudo sozinha. Só foi possível porque tive a generosidade de gente que até então era estranha para mim
MC - O mundo acabou de lembrar os dez anos dos atentados de 11 de setembro. Em sua opinião, houve alguma mudança nas táticas dos terroristas de lá para cá?
AA - Os radicais islâmicos têm resistido à pressão, apesar da campanha dos Estados Unidos para erradicar a Al-Qaeda e outros grupos. Figuras-chave como Osama Bin Laden foram mortos e medidas efetivas foram tomadas para destruir a logística e a estrutura financeira de grupos terroristas. Isso tudo é uma boa notícia. Contudo, nesses dez anos mais fundamentalistas juntaram-se às fileiras radicais. A propagação da ideologia islâmica não foi suficientemente abordada na década que passou. Esse é o desafio para os próximos dez anos.
MC - Qual a diferença entre os imigrantes muçulmanos da Europa e dos Estados Unidos?
AA - Na Europa, a maioria dos imigrantes muçulmanos não tem quase nenhum dinheiro e educação quando cruzam a fronteira. Porém, o continente tem um sistema muito bem elaborado de direitos sociais. Alguns imigrantes acham trabalhos com baixa remuneração, os chamados empregos sazonais, e depois de um tempo entram na rede de benefícios do sistema social. A maioria dos filhos desses imigrantes deixa a escola antes de conseguirem um diploma. A ascensão do islamismo entre os imigrantes muçulmanos pobres, que estão presos no sistema social e também em guetos, criou uma situação muito delicada entre eles e as sociedades européias que os acolheram. Os muçulmanos são vistos como parasitas e encrenqueiros. Some isso aos ataques terroristas e há muita tensão. Isso dá espaço para partidos populistas e de extrema-direita que tem como única meta frear a imigração de muçulmanos para a Europa. Nos Estados Unidos existem muçulmanos com pouca educação e dinheiro, mas a maior parte é de classe média. Eles falam inglês muito bem e são organizados. Há tensões, principalmente depois dos ataques de 11 de setembro. Mesmo assim é menor do que na Europa. E o sistema de previdência social dos EUA não é tão fácil de beneficiar como o europeu.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na página 496 Ayaan diz,
textualmente: “Quando procurei Theo para
que me ajudasse a fazer
“Submissão”, eu queria transmitir três
mensagens: primeiro, os homens e
até as mulheres podem erguer os olhos e
falar com Alá; os crentes têm a possibilidade de dialogar
com Deus e de
olhar para Ele de perto. Segundo, no Islã de hoje, a
interpretação
rígida do Alcorão condena as mulheres a uma miséria intolerável.
Mediante a globalização, cada vez mais homens com tais idéias se
instalam na
Europa com mulheres que eles possuem e brutalizam, os
europeus e demais
ocidentais já não podem continuar fingindo que as
graves violações dos
direitos humanos só ocorrem em lugares remotos,
muito remotos. A terceira mensagem
é a frase final do filme: Nunca mais
me submeterei. É possível libertar-se –
adaptar a fé, examiná-la
criticamente e verificar até que ponto ela está na
raiz da opressão”. No
último parágrafo do livro ela acrescenta: “Já me
disseram que
Submissão” é um filme por demais agressivo. Aparentemente, a sua crítica
ao islã é muito dolorosa
para que um mulçumano a suporte. Diga, não é
muito mais doloroso ser uma
mulher presa naquela gaiola?”
Infiel é uma obra dolorosa e contundente
e, como diz na capa: a
história de uma mulher de desafiou o Islã. Com certeza
um livro que deve
ser lido para que possamos conhecer esta mulher que resolveu
sair da
sua gaiola opressora e contar ao mundo seu sofrimento, seus temores e,
muito mais que isso, dizer que é possível, através do conhecimento e da
consciência da sua própria condição de mulher, lutar por melhores
condições
de vida e respeito a todas as mulheres. Não é possível que em
pleno século
vinte e um ainda existam países que cometem tanta
brutalidade em nome de uma
religião ou de uma cultura opressora. Que
surjam outras Ayaan Hirsi Ali no
mundo para acabar com esta prática.
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