domingo, 7 de setembro de 2014

FARDA FARDÃO CAMISOLA DE DORMIR - PRÓXIMO LIVRO

AUTOR: JORGE AMADO
DIA: 02/10/14
LOCAL: CASA DA TEREZINHA
APRESENTADORA: ANDYARA

INFIEL - APRESENTADO POR THEREZA M. E ROSETE


Infiel (literalmente, "sem fé") é um termo usado em certas religiões monoteístas - especialmente o cristianismo e o islamismo - para quem não tem crenças religiosas, ou que duvida ou rejeita os dogmas básicos desta religião. Neste contexto, o termo "infiel" é diferenciado de pagão, que designa aquele que professa uma outra .
Particularmente, "infiel" é um termo eclesiástico do cristianismo, desenvolvido em torno da análise teológica do conceito de infidelidade, que faz uma clara diferenciação entre aqueles que foram batizados e seguem os ensinamentos da Igreja, e aqueles que estão fora da .  O termo "infiel" foi usado pelos cristãos para descrever os não-cristãos ou aqueles tidos como os inimigos do cristianismo.
O termo é tembém às vezes aplicado como sinônimo de ateu, aquele que não professa nenhuma crença religiosa. O ateísmo é geralmente considerado pelos religiosos como ainda mais perigoso do que a idolatria, a heresia ou a infidelidade.

Ayaan Hirsi Ali
Nome completo
Ayaan Hirsi Magan Isse Guleid Ali Wai’ays Muhammad Ali Umar Osman Mahamud
Conhecido(a) por
Submissão
anti-circuncisão
Infiel
Nascimento
13 de Novembro de 1969 (44 anos)
Nacionalidade
Cônjuge
Ocupação
Política e escritora
Religião
Nenhuma (ateísmo)

Ayaan Hirsi Ali (nascida Ayaan Hirsi Magan; Mogadíscio, Somália, 13 de Novembro de 1969) é uma ativista, escritora, política e feminista ateísta somali-holandesa-americana, que é conhecida por seus pontos de vista críticos da mutilação genital feminina e o islamismo.
Nasceu na Somália.  O seu pai opunha-se ao regime socialista de Siyad Barre e em 1976 a família teve de fugir do país.
Aos cinco anos Ayaan e sua irmã de 4 anos sofreram a infibulação do clitóris numa cerimônia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática. Também chamada de excisão faraônica, a infibulação é considerada a pior de todas, pois, após a amputação do clitóris e dos pequenos lábios, os grandes lábios são seccionados, aproximados e suturados com espinhos de acácia, sendo deixada uma minúscula abertura necessária ao escoamento da urina e da menstruação. Esse orifício é mantido aberto por um filete de madeira, que é, em geral, um palito de fósforo. As pernas devem ficar amarradas durante várias semanas até a total cicatrização. Assim, a vulva desaparece sendo substituída por uma dura cicatriz. Por ocasião do casamento a mulher será “aberta” pelo marido ou por uma “matrona”, mulheres mais experientes designadas a isso. Mais tarde, quando se tem o primeiro filho, essa abertura é aumentada. Algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente infibulada.
Quando tinha seis anos a sua família deixou a Somália para se fixar na Arábia Saudita, depois na Etiópia e mais tarde no Quénia, onde a família obteve asilo político. Foi neste país que Ayaan fez a maior parte dos seus estudos.
.Em 1992 Ayaan chegou aos Países Baixos. Segundo Ayaan, o seu pai pretendia casá-la com um primo residente no Canadá. Enquanto aguardava na Alemanha pelos documentos que lhe permitiriam entrar no Canadá, Ayaan teria decido fugir para os Países Baixos, onde recebeu o estatuto de refugiada.
Trabalhou como empregada de limpeza e tradutora, antes de frequentar o curso de Ciência Política na Universidade de Leiden.
Após a conclusão dos seus estudos trabalhou para a Fundação Wiardi Beckman, um instituto ligado ao Partido Trabalhista (PvdA). A pesquisa que ela ali desenvolveu focou sobretudo a integração de mulheres estrangeiras (maioritariamente muçulmanas) na sociedade neerlandesa.
Esta pesquisa deu-lhe opiniões fortes sobre o assunto, o que resultou num corte de relações com o PvdA. Na sua opinião, não havia espaço suficiente dentro do PvdA para criticar aquilo que ela via como consequências negativas de certos aspectos sócio-culturais dos migrantes e do Islão.
No seu livro "de Zoontjesfabriek" ("Infiel") ela criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos. O livro também critica tradições como a circuncisão feminina, que é muito comum na Somália.
Em 2003 foi eleita membro da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento holandês), representando o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD).
Após a publicação do seu livro, Hirsi Ali recebeu várias ameaças de morte. A maioria delas circulou na Internet e não foram consideradas sérias.
Numa entrevista ao jornal diário "Trouw" (sábado, 25 de Julho de 2003), ela afirmou sobre o profeta Maomé: "medido pelos nossos padrões ocidentais, ele é um homem perverso. Um tirano". Hirsi Ali refere-se ao facto de Maomé ter casado com uma menina de nove anos. Várias organizações islâmicas e individuos islâmicos processaram-na por discriminação.  No entanto Hirsi Ali não foi condenada. De acordo com o promotor público, as suas críticas "não contém quaisquer conclusões com respeito aos muçulmanos, e a sua dignidade como grupo não é negada".
Em 2004, juntamente com o controverso realizador de cinema neerlandês Theo van Gogh, ela fez um filme intitulado "Submissão" sobre a opressão da mulher nas culturas islâmicas. O título refere-se ao Islão (que significa literalmente submissão a Alá) e foi fortemente criticado pelos muçulmanos neerlandeses, que o consideram uma desgraça para a sua religião. O filme mostra mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão escritos nos seus corpos. Van Gogh, também um crítico do Islão, recebeu igualmente ameaças de morte e foi assassinado, por um muçulmano radical, em 2 de Novembro de 2004. No corpo de Van Gogh encontrava-se uma carta que referia que a próxima pessoa a ser morta seria Ayaan. A deputada teve de abandonar o país, tendo vivido durante algum tempo na Califórnia, Estados Unidos.
Em Janeiro de 2005 Hirsi Ali regressou ao parlamento neerlandês, tendo anunciado a sua intenção em criar uma sequencia para o filme "Submissão", desta feita focando a situação dos homossexuais masculinos no mundo islâmico.
A revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no planeta em 2005.
Em Maio de 2006 o programa de televisão neerlandês "Zembla" noticiou que Hirsi Ali tinha prestado falsa informações sobre o seu verdadeiro nome, a sua idade e o seu país de origem quando solicitou asilo político nos Países Baixos. O programa também mostrou provas contra a alegação de Hirsi Ali de que o motivo para o seu asilo teria sido um casamento forçado.
Hirsi Ali reconheceu ter mentido em relação ao seu nome completo, à sua data de nascimento e à forma como chegou aos Países Baixos. No entanto, várias fontes, incluindo o seu livro de Zoontjesfabriek, publicado em 2002, mostravam o seu nome verdadeiro e a sua data de nascimento.
Os meios de comunicação dos Países Baixos especularam que Hirsi Ali poderia perder a cidadania neerlandesa devido às declarações fraudulentas.  Numa primeira reacção a ministra Rita Verdonk afirmou que iria investigar o caso, mas um deputado solicitou-lhe uma declaração oficial. As investigações ao caso concluiram que Hirsi Ali nunca recebeu a cidadania neerlandesa por ter mentido no processo.
No dia 16 de Maio Hirsi Ali demitiu-se do parlamento, reconhecendo ter mentido no processo de asilo político. Sua cidadania holandesa foi restabelecida ainda em 2006, após Ayaan ter sido obrigada a se declarar a única culpada pela mentira que lhe concedeu o asilo político. A ministra Rita Verdonk, acabou tendo sua renuncia solicitada pelo parlamento por ter colocado como condição única para o restabelecimento da cidadania de Ayaan Hirsi Ali este ato. A ministra Rita Verdonk não renunciou ao cargo, o que acabou desmanchando o governo. Sendo necessário uma nova eleição.
Prêmios
                No dia 20 de Novembro de 2004 Ayaan Hirsi Ali foi galardoada com o Prêmio Liberdade do Partido Liberal da Dinamarca "pelo seu trabalho a favor da liberdade de expressão e dos direitos das mulheres". Devido a ameaças de fundamentalistas islâmicos não foi possível a Ayaan estar presente na cerimónia de entrega do prémio. No entanto, um ano depois, a 17 de Novembro de 2005, ela viajou até à Dinamarca para agradecer pessoalmente a Anders Fogh, primeiro-ministro da Dinamarca e líder do Partido Liberal.
                No dia 29 de Agosto de 2005 Ayaan foi galardoada com o Prémio Democracia do Partido Liberal da Suécia "pelo seu corajoso trabalho a favor da democracia, direitos humanos e direitos das mulheres."
                Prêmio Coragem Moral de compromisso com a resolução de conflitos, ética e cidadania mundial
ATUAL:
Desde de 2013 Hirsi Ali se tornou membro da John F. Kennedy School of Government da Universidade Harvard, e vive nos Estados Unidos.  Ela é casada com o historiador britânico e comentarista público Niall Ferguson. Se tornou uma cidadã naturalizada nos Estados Unidos em 25/04/13
Idiomas : Somália – Somali, Arábia – árabe, Etiópia – amárico, Quênia – ingles e Holanda – holandes.


Theodorus (Theo) van Gogh
(Haia, 23 de Julho de 1957Amsterdão, 2 de Novembro de 2004) foi um realizador de cinema, um polêmico autor e ator dos Países Baixos.
Juntamente com Hirsi Ali, van Gogh foi o autor do filme com o título "Submissão". Aborda a situação da mulher nas sociedades islâmicas, com temas como os casamentos arranjados, a violência doméstica o incesto. Após a estreia do filme, Van Gogh e Hirsi Ali receberam ameaças de morte. O filme foi exibido na televisão holandesa em 2004.
Van Gogh foi assassinado na manhã de terça-Feira, 2 de Novembro de 2004, em Amsterdã, numa esquina de uma área  aonde vivem muitos imigrantes. Foi esfaqueado e alvejado a tiro (7 tiros) e faleceu imediatamente. O alegado assassino foi detido pela polícia após perseguição e após ter sido alvejado numa perna. Era um jovem de 26 anos, de dupla nacionalidade (holandesa e marroquina), muçulmano.
Apesar das ameaças de morte, não era protegido por guarda-costas,
Em 26 de Julho de 2005, um tribunal holandês condenou Mohammed Bouyeri. Foi sentenciado a prisão perpetua sem liberdade condicional.
 Durante as sessões do julgamento, Bouyeri acabou por confessar a autoria do crime, afirmando que agiu em nome da sua religião e que voltaria a repetir o ato.
Segundo o autor e colunista holandês Leon de Winter, o caso de Theo van Gogh é um resultado trágico do confronto cultural entre uma cultura holandesa tradicionalmente tolerante e liberal e o fluxo de imigração de zonas do mundo que não têm esse mesmo caracter. Van Gogh foi um símbolo da liberdade de expressão e do pensamento crítico, por vezes exacerbado, que são característicos de uma sociedade pluralista e moderna.


Islamismo (em árabe: إسلام; transl.: Islām)
É uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Alcorão, um texto considerado pelos seus seguidores como a palavra literal de Deus (Alá, em árabe: الل; transl.: Allāh), e pelos ensinamentos e exemplos normativos (a chamada suna, parte do hadith) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano.
Os muçulmanos acreditam que Deus é único e incomparável e o propósito da existência é adorá-Lo.  Eles também acreditam que o islã é a versão completa e universal de uma fé primordial que foi revelada em muitas épocas e lugares anteriores, inclusive por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles consideram profetas. Os seguidores do islão afirmam que as mensagens e revelações anteriores foram parcialmente alteradas ou corrompidas ao longo do tempo, mas consideram o Alcorão como uma versão inalterada da revelação final de Deus.   Os conceitos e as práticas religiosas incluem os cinco pilares do islão, que são conceitos e atos básicos e obrigatórios de culto, e a prática da lei islâmica, que atinge praticamente todos os aspectos da vida e da sociedade, fornecendo orientação sobre temas variados, como sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao meio ambiente.
Os muçulmanos estão divididos em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas. Essas tendências surgem da disputa pelo direito de sucessão a Maomé. A divergência principal diz respeito à natureza da chefia: para os xiitas, o líder da comunidade (imã) é herdeiro e continuador da missão espiritual do Profeta; para os sunitas, é apenas um chefe civil e político, sem autoridade espiritual, a qual pertence exclusivamente à comunidade como um todo (umma). Sunitas e xiitas fazem juntos os mesmos ritos e seguem as mesmas leis (com diferenças irrelevantes), mas o conflito político é profundo.
-   80% a 90% sendo sunitas
-   10% a 20% sendo xiitas. 
                   Maomé nunca deixou claro quem seria seu sucessor. Quando morreu, em 632, a comunidade muçulmana tinha um belo abacaxi nas mãos. Como seria escolhido o novo líder? Que funções ele teria? Quanto duraria o mandato? Assim, surgiram dois grupos antagônicos.
“O primeiro, minoritário, preferia reservar a honra da linhagem profética à família de Maomé. Seu pretendente era Ali ibn Abi Talib, genro do Profeta, casado com sua filha Fátima”, diz o historiador Peter Demant, autor de O Mundo Muçulmano. .”

O grupo menor formava o Shiat Ali, ou “partido de Ali”. Seus seguidores ficaram conhecidos como xiitas.
“Para a segunda corrente, porém, qualquer fiel poderia ser candidato, desde que fosse aceito por consenso pela comunidade.”

A facção majoritária foi chamada de sunita (do termo Ahl al Sunna, “o povo da tradição”). Em meio à emergência de escolher um novo líder, o círculo íntimo dos seguidores do Profeta elegeu Abu Bakr, velho companheiro de Maomé. Abu Bakr usou o título de califa, uma palavra árabe que combina as ideias de sucessor e representante. Os sunitas aplaudiram a escolha, mas o xiitas protestaram: eles 
insistiam que Ali era o candidato legítimo.

Inicia-se então uma rivalidade histórica entre sunitas e xiitas que se acentua com a revolução iraniana de 1979 que, sob a liderança do aiatolá Khomeini (xiita), depõe o xá Reza Pahlevi e instaura a República islâmica do Irã.

Locais:
 13% de muçulmanos vivem na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo.
 25% vivem no Sul da Ásia,
 20% no Oriente Médio,
 2% na Ásia Central
4% nos restantes países do Sudeste Asiático
Comunidades islâmicas significativas também são encontradas na China, na Rússia e em partes da Europa. Comunidades convertidas e de imigrantes são encontradas em quase todas as partes do mundo . Com cerca de 1,41-1,57 bilhão de muçulmanos, compreendendo cerca de 21-23% da população mundial, o islã é a segunda maior religião e uma das que mais crescem no mundo.
O islã ensina seis crenças principais:
                a crença em um único Deus;
                a crença nos anjos, seres criados por Deus;
                a crença nos livros sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a colectânea dos ensinamentos revelados por Deus ao profeta Maomé;
                a crença em vários profetas enviados à humanidade, dos quais Maomé é o último;
                a crença no dia do Julgamento Final, no qual as ações de cada pessoa serão avaliadas;
                a crença na predestinação: Deus tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa.

A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com a exceção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59:
"Ele é Deus e não há outro deus senão Ele, que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso!
Ele é Deus e não há outro deus senão Ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens lhe associam!
Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).
Os muçulmanos acreditam que Deus usou profetas para revelar escrituras aos homens. A revelação dada a Moisés foi a Taura (Torá), a Davi foram dados os Salmos e a Jesus o Evangelho. Deus foi revelando a sua mensagem em escrituras cada vez mais abrangentes que culminaram com o Alcorão, o derradeiro livro revelado a Muhammad.
Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas acções que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados directamente para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de fato nunca o foram.
Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.
Os cinco pilares do islã são cinco deveres básicos de cada muçulmano:
                a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada);
                orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
                pagar esmola (Zakat ou Zakah);
                observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam);
. fazer a peregrinação a Meca (Hajj) se tiver condições físicas e financeiras.
Islã no Brasil
Conta com 35.167 seguidores (Número desatualizado), segundo dados do censo demográfico de 2010 IBGE. Porém, algumas instituições islâmicas brasileiras consideram que o número de seguidores é muito superior a isso. A Federação Islâmica Brasileira defende que há cerca de 1,5 milhão de fiéis do Islã no país e estima que 50 mesquitas e mais de 80 centros islâmicos estão espalhados pelo Brasil.A maior parte dos muçulmanos brasileiros vivem nos estados de São Paulo e Paraná, mas também existem comunidades significativas em Mato Grosso do Sul, Sergipe,Pernambuco e Rio Grande do Sul. Uma grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que fixaram residência no país durante a Primeira Guerra Mundial. Mais uma boa parte dos Muçulmanos também são de origem Palestina , Marroquina ,Egipcia e de origem Africana. Na cidade de São Paulo existem cerca de dez mesquitas.

Somália
A Somália, oficialmente República Federal da Somália, é um país localizado no Corno de África. Faz fronteira com o Djibuti no noroeste, Quênia no sudoeste, o Golfo de Aden com o Iémen a norte, o Oceano Índico a leste e com a Etiópia no oeste.
Capital: Mogadíscio
A Somália é considerada uma república democrática.
Segundo alguns pesquisadores a Somália era um importante centro comercial na Antiguidade. Era um grande exportador de especiarias para os povos Fenícios, Micênicos e Babilônios. Comerciavam Incenso, mirra e outras especiarias. Esses  artigos eram apreciados e valiosos para as sociedades antigas.
A Religião islâmica passou a existir devido aos comerciantes estarem em constantes convivência com os árabes convertidos ao Islã. A cidade de Mogadíscio chegou a ser considerada a Cidade do Islã, e controlou o comércio de ouro durante vários séculos.
Na Idade Média o General Ahmed Gurey, foi o primeiro comandante africano a obter e usar Canhões de Guerras na África. Nessa época, a Somália não sofreu colonização. O governo de Dervixe guerreou com sucesso contra os britânicos por quatros vezes coagindo os mesmos a irem embora.
Somente em 1920, o Reino Unido conseguiu derrotá-los quando pela primeira vez utilizou aviões, que bombardearam a capital da Somália.
Ao longo dos séculos XIX e XX, franceses, britânicos e italianos estabeleceram domínios na região.
A Somália atual surgiu em 1960, quando dois protetorados (um italiano e outro britânico) uniram-se. A Somália Britânica ganhou independência como Estado da Somalilândia em 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1 de julho de 1960. A então Somália Francesa, atual Djibouti, conseguiu sua independência separadamente, em 1977.
A Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969, e por meio de um golpe de estado chegou ao poder Siad Barre.
Durante esta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética.  Em 1974, a Somália e a União Soviética assinaram um tratado, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para o Ocidente. Portanto, a situação econômica do país era muito delicada.
Ante esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em 1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território, dissolvendo-se de fato o estado somali já existente.
Este grupo opositor se dividiu em 1991 por motivos diferentes e distintos, entre eles as tradicionais inimizades entre diferentes classes e etnias: o Movimento Patriótico Somali (MPS) ao sul e o Movimento Nacional Somali (MNS) ao norte. Por outro lado, o grupo Congresso Unido Somali (CUS) tomou a capital Mogadíscio, provocando a queda de Siad Barre.
Ayaan era fila do político somali e líder da oposição Hirsi Magan Isse (no livro ela relata que ele era do FSDS – movimento de oposição ao governo).
Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desaparece após a queda da ditadura pró-soviética de Siad Barre, em 1991.  Os "senhores da guerra" tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente, a qual matou dezenas de milhares de somalis. Não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões.
Em janeiro de 1991, o presidente Ali Mahdi Muhammad foi escolhido presidente interino até uma conferência entre todas as partes interessadas , mas movimentos de oposição não aceitaram. Conflitos armados devastaram a região. A guerra civil tem interrompido a agricultura e a distribuição de alimentos no sul da Somália.
Em 1992 iniciou-se, primeiramente no sul, uma ação humanitária da ONU, encabeçadas por tropas dos Estados Unidos. Embora conseguisse diminuir a fome no país. A operação foi um fiasco, com a morte de 18 soldados norte-americanos contada no filme "Falcão Negro em Perigo". Os marines deixaram o país em 1993. Sozinha, a ONU acabou por retirar-se oficialmente a 3 de março de 1995. A ONU interveio para a formação de um governo, sem ter êxito.
Desde o início da guerra civil, nos anos 1990, somalis tem praticado a pirataria nas águas ao largo do Chifre da África, sequestrando navios e petroleiros e suas tripulações em alto mar, em troca de resgate, tornando a região uma ameaça à navegação internacional (Filme do Capitão Phillips com Tom Hanks)
Em 26 de dezembro de 2004, uma das catástrofes naturais mais devastadoras da história contemporânea, o tsunami que varreu os países do Sudoeste Asiático, também afetou a Somália, destruindo povoações e segundo as estimativas, causando a morte de 298 pessoas.
Com a inexistência na prática de um governo central, a Somália persiste imersa em uma guerra civil.

Países Baixos
(em neerlandês: Nederland, literalmente "país baixo") é uma nação constituinte do Reino dos Países Baixos localizada na Europa ocidental. O país é uma monarquia constitucional parlamentar democrática .A capital é Amsterdã e a sede do governo é Haia.
Geograficamente, os Países Baixos são um país de baixa altitude, com cerca de 27% de sua área e 60% de sua população situados abaixo do nível do mar. Uma significativa parte de seu território foi obtida através da recuperação e preservação de terras através de um elaborado sistema de pôlderes e diques.
Os Países Baixos são um país densamente povoado que é conhecido por seus moinhos de vento, tulipas, tamancos, cerâmica de Delft, queijo gouda, artistas visuais, bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social, tendo se tornado conhecido por sua política liberal em relação à homossexualidade, drogas, prostituição, eutanásia e aborto. É um dos países com melhor qualidade de vida do mundo, fator pelo qual possuí um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano da Europa e do mundo, segmentado em sua forte política de assistência social e direitos considerados essenciais, como educação, saúde e segurança de qualidade, garantidos em nível máximo a seus habitantes. O país possui uma das economias capitalistas mais livres do mundo — 15ª posição entre 177 países ( Índice de Liberdade Econômica em 2014)
Entre outras afiliações, o país é membro fundador da União Europeia (UE), da OTAN, da OCDE ( Org. para cooperação e desenvolvimento economico), da OMC e assinou o Protocolo de Quioto. O país é palco de cinco tribunais internacionais: a Corte Permanente de Arbitragem, o Tribunal Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia, o Tribunal Penal Internacional e o Tribunal Especial para o Líbano. Os quatro primeiros estão situados em Haia assim como a sede da agência da UE de informação criminal, a Europol. Isto levou a cidade a ser apelidada de "capital judiciária do mundo".
Os Países Baixos são frequentemente chamados de Holanda, o que é tecnicamente impreciso, já que as Holandas do Norte e do Sul são duas de suas doze províncias.
Religião
-       39% de sua população filiada a alguma religião
-       menos de vinte por cento frequenta regularmente suas respectivas igrejas. A minoria praticante de alguma religião se divide principalmente entre o catolicismo (18%), mais forte ao sul dos grandes rios e o protestantismo, ao norte (15%). A maior parte destes protestantes pertence à Igreja Reformada Neerlandesa.
Pesquisa  de 2005 :
34% dos cidadãos neerlandeses responderam que acreditam existir algum deus,
37% respondeu que acreditam que exista algum tipo de força e 27% que não acreditam que exista nenhum tipo de força superior, deus ou nada espiritual.
Política
Os Países Baixos são uma monarquia constitucional desde 1815 e uma democracia parlamentar desde 1848. A política e governança neerlandesas são caracterizadas pelo esforço em alcançar um amplo consenso sobre questões importantes dentro tanto da comunidade política quanto da sociedade como um todo. Em 2008, a revista The Economist classificou os Países Baixos como o décimo país mais democrático do mundo.
O monarca é o chefe de Estado. O cargo é ocupado desde 30 de abril de 2013 pelo rei Guilherme Alexandre após a abdicação de sua mãe a então rainha Beatriz.
O chefe de governo é o primeiro-ministro .(Mark Rutte)
Os Países Baixos têm uma longa tradição de tolerância social .Essa tradição de tolerância está ligada a políticas sobre drogas recreacionais, prostituição, direitos LGBT, eutanásia e aborto, que estão entre as mais liberais do mundo.



CRÍTICA 1 - Anna Applebaum, Washington Post
Em novembro de 2004, o cineasta Theo van Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no
peito uma carta em que anunciava sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali, que fizera ao lado de Theo o filme Submissão, sobre a situação da mulher muçulmana. E assim essa jovem exilada somali, eleita deputada do parlamento holandês e conhecida na Holanda por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e por suas críticas ao fundamentalismo islâmico, tornou-se famosa mundialmente. No ano seguinte, a revista Time a incluiu entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Como foi possível para uma mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar a essa notoriedade no Ocidente?
Em Infiel, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. É uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina aos cinco anos de idade, surras freqüentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura do crânio. É também uma vida de exílios, pois seu pai, quase sempre ausente, era um importante opositor da ditadura de Siad Barré: a família fugiu para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e fixou-se finalmente no Quênia.
Obrigada a freqüentar escolas em muitas línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem) à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram sua vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda. Ayaan descobre então os valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana.

"Infiel mostra que uma mulher decidida pode mudar muito mais do que sua própria história." - Christopher Hitchens, Sunday Times

"Este livro é mais do que uma autobiografia comum: descreve uma jornada intelectual incomparável, que parte dos costumes tribais de uma infância na Somália, passa pelo fundamentalismo severo da Arábia Saudita e desemboca no Ocidente contemporâneo. Ao longo do caminho, Hirsi Ali exibe o seu maior dom: o talento de relembrar, descrever e analisar com honestidade o estado preciso de seus sentimentos em cada estágio da jornada."


CRÍTICA 2  - Refúgio no mundo da razão
A mulher que foi mutilada e ameaçada de morte pelos fundamentalistas – e ainda assim diz ter muita sorte

Jerônimo Teixeira ( REVISTA VEJA)
 Ayaan Hirsi Ali é uma mulher de sorte. Pelo menos, é o que ela diz no epílogo de Infiel (tradução de Luiz A. de Araújo; Companhia das Letras; 512 páginas; 49 reais), seu livro de memórias. Não deixa de ser uma declaração surpreendente: nas páginas que antecedem o capítulo final, Ayaan passa pela excisão do clitóris, em uma operação bárbara, realizada sem anestesia, e é espancada até ter a cabeça fraturada por um professor da escola islâmica – para ficar apenas com os infortúnios da infância. Crítica feroz da opressão das mulheres sob o Islã, a ex-parlamentar holandesa de origem africana detesta a insinuação de que seus ataques são resultado do ressentimento por seu passado "traumático". "Quero ser julgada pela legitimidade dos meus argumentos, não como uma vítima", escreve ela. Não resta dúvida, porém, de que sua biografia empresta força ao seu argumento. Ayaan diz basicamente que o mundo islâmico em geral está em descompasso com a modernidade e que as sociedades ocidentais oferecem mais liberdade e segurança, sobretudo para as mulheres. Nascida na Somália e criada por uma família muçulmana, Ayaan tem a autoridade da experiência para falar desses temas.
A grande sorte de Ayaan foi sua fuga para a Holanda, país que lhe deu cidadania e onde ela fez uma breve e controversa carreira política, como parlamentar pelo Partido Liberal. Na Holanda, ela colaborou com o cineasta Theo van Gogh na realização do curta-metragem Submissão, que inflamou os fundamentalistas por sua denúncia da condição feminina sob o Islã – e pelo sacrilégio de mostrar trechos do Corão, em árabe, impressos sobre a pele nua de uma mulher espancada. Em 2004, Mohammed Bouyeri, holandês de ascendência marroquina, matou Van Gogh quando ele andava de bicicleta nas ruas de Amsterdã. Depois de balear o cineasta, ele o degolou e afixou, com uma faca, uma carta em seu peito – repleta de ameaças a Ayaan, que então passou a viver sob vigilância constante de guarda-costas. Incomodados com esse aparato de segurança, os vizinhos de Ayaan pleitearam, na Justiça, que ela deixasse o prédio. Pela mesma época, surgiram acusações de que ela teria mentido na sua solicitação de cidadania holandesa, em 1997. Detalhes mínimos como a mudança de um nome de família quase causaram cassação da cidadania – e provocaram uma crise que levou à queda do gabinete liberal, em 2006. Ayaan mudou-se para os Estados Unidos, onde aceitou uma posição no American Enterprise Institute, um "think tank" conservador.
A mulher que estava destinada à servidão doméstica – o pai chegou a arranjar seu casamento com um desconhecido – acabou entrando para uma lista das 100 pessoas mais influentes do mundo elaborada pela revista Time, em 2005. Adversária do relativismo, Ayaan não admite que práticas como a ablação do clitóris e o casamento arranjado à revelia da mulher sejam desculpadas em nome do respeito a tradições primitivas. Essas posições perfeitamente razoáveis têm valido a ela uma bizarra acusação de rendição ao "imperialismo cultural" do Ocidente – como se ela devesse se submeter à opressão e à tortura por fidelidade a suas raízes. À parte sua história fascinante, marcante no livro de Ayaan é o desassombro com que ela afirma cabalmente a superioridade dos valores ocidentais: "Passei do mundo da fé para o mundo da razão. Sei que um desses mundos é simplesmente melhor do que o outro".


Mutilação religiosa
"A mutilação dos órgãos genitais da mulher é anterior ao Islã. Nem todos os muçulmanos adotam essa prática, e alguns povos que a adotam não professam o islamismo. Mas, na Somália, o procedimento sempre se justifica em nome do Islã.


Imigração

Continente exige aceitação de valores por parte de estrangeiros
Colin Nickerson
The Boston Globe
Uma mulher nua diverte-se na praia. Homossexuais se acariciam num parque. Essas imagens fazem parte de um vídeo intitulado Vindo para a Holanda, apresentado pelo governo a futuros prováveis imigrantes. Ele faz parte de medidas de controle adotadas recentemente, para determinar se os novos imigrantes aceitam os "valores" ocidentais. Qualquer um que se ofender com essas imagens, pondera a autoridade holandesa, provavelmente se sentirá infeliz no país e não deve ser admitido.

Por toda a Europa, países que durante décadas acolheram generosamente imigrantes e refugiados hoje já não estendem mais o tapete de boas-vindas.

O sentimento antiimigrante, beirando a xenofobia - que antes era limitado a poucos partidos de direita - transformou-se na política oficial em países como Holanda, França, Alemanha e Grã-Bretanha. Novas leis criam mais obstáculos para os recém-chegados, especialmente muçulmanos, e são encorajadas por muitos europeus. Pesquisas indicam que, em quase todos os países da Europa, a maioria é favorável não só a que sejam aumentadas as restrições à vinda de imigrantes comuns, como também a que as autoridades sejam menos suscetíveis às histórias dos refugiados que buscam asilo político.

Os alarmes que soam têm uma base econômica, como a eterna preocupação de que os imigrantes roubem os empregos dos cidadãos locais. Os analistas, porém, acham que os europeus estão mais temerosos do terrorismo e da expansão rápida da cultura islâmica.

Muitos imigrantes e refugiados sem documento que chegam ao continente europeu vêem da África rural, da Turquia e sul da Ásia. Eles estão mudando a face da Europa Ocidental. É mais fácil comprar um "kebab" em Roterdã do que o tradicional arenque em conserva holandês; Berlim é a maior "cidade turca" fora da Turquia; e os distritos comerciais nos subúrbios de Paris parecem um bazar norte-africano.

Na França, há duas semanas, foi aprovada preliminarmente uma lei que restringe drasticamente a imigração de trabalhadores não qualificados vindos de fora da Europa, estabelece regras mais rígidas para aquisição da cidadania francesa e dificulta a vinda de famílias de trabalhadores que já estão no país. Na Alemanha, este mês, a chanceler Angela Merkel endossou um plano para a criação de testes mais rigorosos para aquisição de cidadania alemã.

A ministra holandesa da Imigração, Rita Verdonk, parece expressar a opinião que vem prevalecendo, ao comentar publicamente: "É importante termos claras as reivindicações populares. Eles precisam aceitar nossos valores, respeitar nossas leis, aprender nossa língua."

A justificação dada para as medidas adotadas é uma melhor assimilação dos imigrantes. O que é um novo programa de ação para a Europa, que durante muito tempo adotou a política multiculturalista de abordagens diferentes para raças diferentes. Hoje, porém, o tema principal das agendas nacionais é promover a integração ao estilo americano, após os atentados a bomba cometidos na Grã-Bretanha por radicais islâmicos que cresceram naquele país, dos distúrbios em guetos muçulmanos na França, dos assassinatos de personalidades públicas holandesas por extremistas religiosos, e o furor global após um jornal dinamarquês publicar caricaturas representando o profeta Maomé.

Alguns analistas consideram essas novas leis um recuo. O continente viu nervosamente sua população muçulmana crescer, de algumas centenas de milhares após a 2ªGuerra a mais de 15 milhões.

"A desconfiança e o medo dos muçulmanos são mais intensos na Europa do que nos EUA, mesmo imediatamente após o 11 de Setembro", diz Kees Groenendijk, chefe do Centro para as Leis de Imigração da Universidade de Nijmegen, Holanda.

"Ao contrário dos EUA, nossos políticos não enfatizam muito o fato de que imigrantes legalizados, pessoas ordeiras, não são um problema e que necessitamos deles para nossa prosperidade e nossa sobrevivência como uma economia aberta."

A Holanda ficou chocada com os assassinatos por extremistas islâmicos, em 2002, do político Pim Fortuyn, que alertou para o fato de o país estar admitindo um número excessivo de islâmicos, e, em 2004, do produtor de cinema Theo Van Gogh. E o país mudou, de sociedade mais aberta da Europa para um país com a linha mais dura do continente. Entre outras coisas, está prometendo expulsar mais de 26 mil refugiados que obtiveram asilo com base em informações falsas. Essas pessoas receberam asilo por causa de suas alegações de perseguição religiosa, política ou étnica em seu país natal.

Um fato dramático ocorreu na semana passada, quando o governo holandês decidiu tirar a cidadania de uma deputada, conhecida internacionalmente por insistir para que os europeus defendam com mais rigor sua cultura contra os imigrantes muçulmanos. Ayaan Hirsi Ali, que precisou viver sob proteção policial por causa de sua campanha contra os maus-tratos sofridos pelas mulheres em países muçulmanos, admitiu ter mentido sobre os motivos pelos quais pediu asilo político, em 1992. Mas mesmo os intransigentes críticos à imigração na Holanda, ficaram estarrecidos quando Verdonk tentou anular a cidadania de Ayaan. A decisão foi revista após duras críticas feitas por jornais e políticos em toda a Europa. 

Novas leis na Holanda agora exigem que os prováveis imigrantes passem por exames sobre língua, história e cultura holandesas, na embaixada em seu país natal. E devem assistir ao polêmico vídeo, que mostra também enclaves de imigrantes superlotados e outras cenas calculadas de forma a dar uma visão realista da vida no Ocidente. 

Na França, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, tem advertido aos novos imigrantes: "Ame a França ou deixe-a."


I
Autora do best-seller 'Infiel' e Marie Claire:
Por email, ela concedeu a seguinte entrevista a Marie Claire:

Marie Claire - O que significa para uma mulher ser muçulmana no século 21?
Ayaan Ali - Tudo vai depender de quem é essa mulher. Algumas mulheres nascem em famílias ou em contextos favoráveis ao seu bem-estar. Eu tive um debate há cerca de um ano com uma garota árabe-americana, cujos pais eram muito liberais. Ela foi bem educada, teve uma carreira brilhante e foi dada a ela toda liberdade de se vestir como quisesse e de escolher com quem se casaria. Ou seja, ela desfrutou de todas as liberdades de uma americana média. Há milhares de garotas como essa. Há outro exemplo de uma jovem mulher - também árabe-americana, que começou a colaborar com a Fundação AHA [que trabalha para proteger os direitos das mulheres que vivem no Ocidente e sofrem abusos causados em nome da cultura e religião], que era forçada a usar o niqab (véu preto que cobre o corpo e o rosto parcial ou completamente), foi proibida pela família de ir à faculdade e estava fugindo de um casamento forçado. Há milhões de garotas como ela. Há outras ainda que não se preocupam em se submeter à cultura e religião dos pais. No século 21, as meninas do primeiro exemplo devem ajudar as moças do segundo e terceiro exemplo a emancipar-se.


MC - Como você enxerga a atitude de países como a França que proibiu as mulheres de usarem o véu do tipo niqab?
AA -
É uma boa maneira de chamar a atenção para o tratamento que as mulheres muçulmanas recebem. Porém, precisamos de mais: disque-denúncias para meninas que são ameaçadas de morte, muitas vezes pelos próprios familiares que se sentem ofendidos por algum comportamento e acham que têm o direito de matar. Essas pessoas precisam responder à lei como qualquer outra. E essas meninas precisam de abrigos seguros, onde possam receber educação e dar passos para uma vida independente. O casamento forçado foi proibido recentemente no Reino Unido. Isso é um grande passo. Todo país civilizado deveria fazer isso. As famílias deveriam ser proibidas de agir baseadas na sharia (leis islâmicas) porque isso significa negar às mulheres o direito de escolher um marido, de ter pensão alimentícia, guarda dos filhos e tantas outras liberdades que mulheres ocidentais comuns têm.


MC - Você foi extremamente religiosa durante sua juventude. Hoje é considerada uma das mais importantes críticas do islamismo. Existe alguma chance de você se reconciliar com a religião de sua família?
AA -
Eu não sou hostil à religião em si e a maneira como minha família exerce sua fé não é perigosa. Eu sempre estive aberta a aceitar minha a fé dos muçulmanos desde que argumentos religiosos não sejam usados para restringir a liberdade de pessoas nem lhes fazer mal fisicamente. Sempre foi a minha família e outros muçulmanos que tiveram dificuldade em aceitar meu ateísmo.

MC - Você casou e teve filhos nos Estados Unidos?
AA - 
Sim. E não.

MC - Como é a sua rotina atualmente?
AA -
Por razões de segurança, não posso entrar em detalhes. Mas eu costumo escrever, dou palestrar e participo de debates.

MC - Quando você olha para trás, sente orgulho da sua história?
AA -
Ao invés de orgulhosa eu diria que me sinto afortunada. Sou muito sortuda por ter tido o apoio de pessoas muito boas. Eu não estaria onde estou se tivesse que fazer tudo sozinha. Só foi possível porque tive a generosidade de gente que até então era estranha para mim

MC - O mundo acabou de lembrar os dez anos dos atentados de 11 de setembro. Em sua opinião, houve alguma mudança nas táticas dos terroristas de lá para cá?
AA - 
Os radicais islâmicos têm resistido à pressão, apesar da campanha dos Estados Unidos para erradicar a Al-Qaeda e outros grupos. Figuras-chave como Osama Bin Laden foram mortos e medidas efetivas foram tomadas para destruir a logística e a estrutura financeira de grupos terroristas. Isso tudo é uma boa notícia. Contudo, nesses dez anos mais fundamentalistas juntaram-se às fileiras radicais. A propagação da ideologia islâmica não foi suficientemente abordada na década que passou. Esse é o desafio para os próximos dez anos.

MC - Qual a diferença entre os imigrantes muçulmanos da Europa e dos Estados Unidos?
AA - 
Na Europa, a maioria dos imigrantes muçulmanos não tem quase nenhum dinheiro e educação quando cruzam a fronteira. Porém, o continente tem um sistema muito bem elaborado de direitos sociais. Alguns imigrantes acham trabalhos com baixa remuneração, os chamados empregos sazonais, e depois de um tempo entram na rede de benefícios do sistema social. A maioria dos filhos desses imigrantes deixa a escola antes de conseguirem um diploma. A ascensão do islamismo entre os imigrantes muçulmanos pobres, que estão presos no sistema social e também em guetos, criou uma situação muito delicada entre eles e as sociedades européias que os acolheram. Os muçulmanos são vistos como parasitas e encrenqueiros. Some isso aos ataques terroristas e há muita tensão. Isso dá espaço para partidos populistas e de extrema-direita que tem como única meta frear a imigração de muçulmanos para a Europa. Nos Estados Unidos existem muçulmanos com pouca educação e dinheiro, mas a maior parte é de classe média. Eles falam inglês muito bem e são organizados. Há tensões, principalmente depois dos ataques de 11 de setembro. Mesmo assim é menor do que na Europa. E o sistema de previdência social dos EUA não é tão fácil de beneficiar como o europeu.



CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na página 496 Ayaan diz, textualmente: “Quando procurei Theo para 
que me ajudasse a fazer “Submissão”, eu queria transmitir três 
mensagens: primeiro, os homens e até as mulheres podem erguer os olhos  e
 falar com Alá; os crentes têm a possibilidade de dialogar com Deus e de
 olhar para Ele de perto. Segundo, no Islã de hoje, a interpretação 
rígida do Alcorão condena as mulheres a uma miséria intolerável. 
Mediante a globalização, cada vez mais homens com tais idéias se 
instalam na Europa com mulheres que eles possuem e brutalizam, os 
europeus e demais ocidentais já não podem continuar fingindo que as 
graves violações dos direitos humanos só ocorrem em lugares remotos, 
muito remotos. A terceira mensagem é a frase final do filme: Nunca mais 
me submeterei. É possível libertar-se – adaptar a fé, examiná-la 
criticamente e verificar até que ponto ela está na raiz da opressão”. No 
último parágrafo do livro ela acrescenta: “Já me disseram que 
Submissão” é um filme por demais agressivo. Aparentemente,  a sua crítica
 ao islã é muito dolorosa para que um mulçumano a suporte. Diga, não é 
muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola?”


Infiel é uma obra dolorosa e contundente e, como diz na capa: a 
história de uma mulher de desafiou o Islã. Com certeza um livro que deve 
ser lido para que possamos conhecer esta mulher que resolveu sair da 
sua gaiola opressora e contar ao mundo seu sofrimento, seus temores e, 
muito mais que isso, dizer que é possível, através do conhecimento e da 
consciência da sua própria condição de mulher, lutar por melhores 
condições de vida e respeito a todas as mulheres. Não é possível que em 
pleno século vinte e um ainda existam países que cometem tanta 
brutalidade em nome de uma religião ou de uma cultura opressora. Que 
surjam outras Ayaan Hirsi Ali no mundo para acabar com esta prática.



Leitoras