sexta-feira, 18 de março de 2016

Próximo Encontro - 07/04 - Um Lugar Chamado Liberdade

Nosso próximo encontro será no dia sete de abril, em torno do livro: Um Lugar Chamado Liberdade, de Ken Follett.
A reunião será organizada pelas aniversariantes de abril: Anna Cristina, Luciana Leão, Vera Malta e Regina Luz.

Nêmesis - Philip Roth - Apresentação completa de Ana Branda, Clarice freitas e Beatriz Coimbra

                           NÊMESIS
Dividimos a apresentação em 4 partes:
1-           Philip Roth dados
2-           Poliomielite- a doença, epidemia e histórico
3-           Nêmesis a deusa grega
4-           Considerações sobre o livro

1-Philip Roth dados biográficos –comentado por Beatriz Coimbra
Romancista norte americano de origem judaica. Autor de 24 livros. Mais conhecido como romancista, mas também escreveu contos e ensaios.
Também é de março (19/03). Tem 82 anos.
Estudou em Weequahic de Newark, Nova Jersey (portanto, morou na cidade onde se passa “Nêmesis”). Se formou em inglês pela Universidade de Bucknell. Mestrado em literatura inglesa pela Universidade de Chicago.
Ensinava escrita criativa e literatura comparada em várias universidades, se aposentou dessa função em 1992.
Prêmios:
- Pulitzer de Ficção (1998)
- International Man Booker (2011)
- Franz Kafka (2001)
- National Book Award: Ficção (1995,1960)….
Entre vários outros. É considerado um dos maiores escritores norte americanos da segunda metade do século XX. É o único escritor americano vivo a ter sua obra publicada em edição completa pela Library of America.
Foi casado duas vezes. Sua primeira esposa, Margaret Martinson, foi inspiração para vários personagens. Segunda esposa: Claire Bloom.
Muitas das suas obras refletem os problemas de assimilação e identidade dos judeus nos EUA. Ele também explora a natureza do desejo sexual e a autocompreensão. A marca registrada da sua ficção é o monólogo íntimo. Sua obra caracteriza-se, também, por uma linha tênue entre autobiografia e ficção.
Grava e define seus romances em torno de Newark, Nova Jersey.
É conhecido por seu alter ego Nathan Zuckerman, protagonista de diversos de seus livros.
No final de 2012, em entrevista, anunciou o abandono da carreira de escritor, sendo “Nêmesis” o seu último trabalho.
- primeiro livro publicado (1959)
- reconhecimento mundial com a obra “Complexo de Portony”(1969)
- último livro: Nêmesis (2010)
* várias obras entre o 1º e o último
Está se dedicando à produção de sua biografia, que está sendo escrita por Blake Bailey. Roth disse, em um documentário : ”Philip Roth: Unmasked”, ter “duas grandes calamidades para enfrentar” enquanto lida com as exigências da velhice. Uma é a sua morte. A outra sua biografia. “Vamos esperar que a primeira chegue primeiro”.
Hoje divide seu tempo entre New York e Connecticut, onde tem residências. A maior parte do tempo fica recluso na casa de fazenda em Connecticut.
Segundo Roth, Nêmesis é a quarta parte de um quarteto que “não foram reunidos ainda, a não ser na minha cabeça”. “Mas pensei em Nêmesis como a conclusão de um ciclo de romances curtos. E os chamo de Nêmesis, no plural. Eles começam com Homem Comum, em que a nêmese é a doença e a morte – mortalidade. Em Indignação, a nêmese é a indignação e a guerra. No terceiro, A Humilhação, a nêmese é a circunstância fora de controle que aflige o protagonista. E no romance final é a epidemia de pólio em 1944”.
Claudia Roth Pierpont, amiga e não parente de Philip Roth, escreveu: “Roth libertado – o escritor e seus livros”.
Nele ela fala sobre as duas acusações sofridas por ele: antissemitismo (grande polêmica) e a misoginia (que ela considera injusta). Fala, também, da primeira mulher dele: Maggie Willians, da segunda: Claire Bloom e de um breve romance com Jacqueline Kennedy, do qual desistiu por não ter “guarda roupa”.
Cita como principais temas de sua obra: amor, sexo, doença, morte, traição.
Desmente que ele seja Nathan Zuckerman.

2-Sobre a poliomielite foi comentado pela Clarice G Freitas :
apresentaçao da Clarice sobre Poliomielite - formato mov.
Apresentação da Clarice, formato ppt
A doença é viral, infecto contagiosa e muito antiga.  Ela já era descrita na pré história, pois foram encontradas imagens nas esculturas do Egito antigo, crianças caminhando com apoio, com membros  atrofiados.  
A doença foi chamada de paralisia infantil por atingir crianças principalmente menores que 4 anos.  A doença é transmitida pelo pólio vírus, pessoa a pessoa, através de via fecal oral ou oro- oral (ao falar, tossir ou espirrar). O vírus se multiplica na boca, garganta e intestinos, ganha a corrente sanguínea e tem um tropismo pelo sistema nervoso. O indivíduo infectado desenvolvendo ou não sintomas, pode transmitir a doença eliminando o vírus nas fezes, o que facilita o contágio. O Brasil está livre de doença há 25 anos. Em 2013 e 2014 a doença ainda acomete países como Paquistão, Nigéria e Afeganistão. No mundo a epidemia da primeira metade do século XX foi a época em que o relator narra a história da epidemia em nova Jersey nos EUA. Na ocasião devido a insuficiência respiratória desencadeada pelo forma bulbar da doença muitos pacientes tinham de ser ventilados com o chamado pulmão de aço em 1930. Era um tipo de ventilação não invasiva, com pressão negativa, onde o indivíduo ficava com o tórax a ser ventilado e o resto do corpo dentro de uma couraça.  Os doentes ficavam em conjunto como se fosse uma grande enfermaria lado a lado. Como este modo de ventilação, deixava o paciente imóvel, ele propiciava muitas infecções respiratórias, urinárias e de pele, além de trombose. Assim, houve o desenvolvimento da ventilação invasiva com pressão positiva e o desenvolvimento da Unidades de terapia intensiva e outros  modos de ventilação  a partir de 1950.
  A pessoa acometida pelo vírus pode ter uma Infecção assintomática ou desenvolver sintomas como: febre, dor de garganta, náusea, vômito, constipação, dor abdominal ou diarréia. A Paralisia flácida ocorre em membros inferiores, assimétrica, com  perda da força muscular e reflexos mas  com sensibilidade mantida.  Cerca de 1% dos infectados desenvolveram seqüelas permanentes, insuficiência respiratória e morte.  Isto depende de como a forma neurológica acomete o indivíduo: forma espinhal, bulbar ou bulbo espinhal. Alguns podem apresentar uma  dor de cabeça importante com rigidez de nuca, caracterizando meningite. O diagnóstico se dá pela análise do liquido cefalorraquiano e punção lombar.
  O Controle da doença se faz através de saneamento básico e vacinação: a vacina deve ser dada aos 2 meses, 4 meses, 6 meses  15 meses e aos 4 a 6 anos de idade. A vacina mais utilizada  no Brasil é a oral de vírus vivo atenuado (Sabin) desde 1962, mais utilizada  nas campanhas atuais.  A vacina Salk injetável de vírus morto, existe desde 1952, mas é menos utilizada.
  Apesar de ter acometido milhões de pessoas e as deixado com seqüelas importantes físicas, as epidemias de pólio representaram um marco no desenvolvimento da reabilitação e fisioterapia moderna e também da medicina filantrópica, pelas iniciativas espontâneas de campanhas para arrecadação de fundo. As epidemias de pólio conduziram mudanças culturais profundas. Os maiores grupos de deficientes físicos do mundo, os sobreviventes da pólio, também contribuíram no avanço do movimento pelos direitos das pessoas com deficiência através de campanhas por direitos sociais e civis.

 Referencias: 1-Rehabilitation literature 1986:47(5-6): 106-11 2-Chapter 154: Enteroviruses and Reoviruses". In: Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, et al. (eds.). Harrison's Principles of Internal 1994; 822-823 3- Pólio and infectious diseases of the anterior horn  review  Burk  Jubelt in uptodate 2016



3- A deusa grega- comentado por Ana Elisabeth Brandalise
Nêmesis é uma deusa grega. Representava vingança divina. Era encarregada de combater a desmesura, censurando o excesso de felicidade ou orgulho dos reis.
Alguns a chamavam de Adrastéia- aquela de quem não há escapatória. Ela punia toda transgressão dos limites da moderação e restaurava ao normal a ordem das coisas.
Porque a deusa representa o equilíbrio das coisas, quando um ser está com muita sorte, Nêmesis equilibra as coisas dando-lhe um pouco de azar, e quando o indivíduo é deveras azarado, ela presenteia com um pouco de sorte.
A palavra nêmesis originalmente significava distribuidor da fortuna. A palavra tem também o sentido de justiça distribuitiva. Originariamente, a deusa grega infligia dor ou concedia felicidade segundo o que era justo. A ideia que dá ao termo é a de que o mundo deve obedecer a uma lei de harmonia, segundo a qual o bem deve ser compensado pelo mal em igual medida.
Com este hábito de punir a ostentação desenfreada, tornou-se uma divindade de castigo e vingança. Carrega consigo uma espada que significa justiça, uma ampulheta que adverte que o tempo em que justiça ocorrerá poderá ser demorado, mas que jamais falhará. Em suas representações, normalmente está acompanhada de asas e da roda da fortuna.
Também chamada de Rhamnusia devido a um templo e estátua que havia em sua homenagem na cidade de Rhamnus.
A deusa Nêmesis também está relacionada a um mito muito famoso na cultura popular, o de Narciso. Este era um homem extremamente contente com sua beleza inigualável. Seu sentimento de demasiada alegria o levava a desprezar o amor, o que teria ferido a muitas jovens donzelas. Estas, desprezadas e desoladas, pediram vingança à deusa Nêmesis, que providenciou um forte calor na terra para punir Narciso. A temperatura elevada fez Narciso se debruçar sobre uma fonte de água cristalina para combater o calor. Foi onde viu seu belo rosto e se apaixonou por sua própria imagem. Incapaz de satisfazer sua paixão, Narciso definhou até a morte.
Nêmesis na cultura anglo-saxã moderna o termo é assume o significado de “inimigo” ou o pior inimigo e é com este significado que Philip Roth nos fala em seu livro sobre um surto de poliomielite.



4-Considerações sobre o livro
Introdução
Nêmesis foi último romance de Philip Roth, pessimista e desiludido sobre tentar entender o mundo por meio de seus livros.
Nêmesis se passa em Newark, no verão de 1944, no meio de uma epidemia fictícia de poliomielite. O livro conta a história de Bucky Cantor, diretor de um parque infantil, que por causa da má visão era um dos poucos homens jovens na redondeza que não estava lutando na guerra. Em vez disso, a guerra de Cantor é com um surto horrível de poliomielite. 
O narrador é Arnie Mesnikoff, uma criança no playground e também uma vítima da doença. É Mesnikoff que se dirige ao "Sr. Cantor" anos mais tarde, em 1971, e descobre como as coisas aconteceram.
Segundo uma entrevista que Philip Roth deu, a pólio era uma ameaça real na sua infância, tão grande quanto a guerra. A pólio vitimava especialmente as crianças pequenas. A vítima mais conhecida da pólio, como lembrado no livro, foi Franklin Delano Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos que contraiu a doença com 39 anos. Quando estava na Casa Branca, Roosevelt criou uma instituição, a March of Dimes, que tinha como objetivo angariar recursos para a pesquisa e ajuda financeira para as vítimas.

Lendo o livro e algumas críticas, o que me chamou atenção foi a recorrência da questão do medo, da culpa e do questionamento sobre a existência de Deus.

Medo

Sobre o medo, uma frase do livro:
“O medo nos emascula, o medo nos degrada”

A pólio cria terror sobre a comunidade de Newark.

A impotência dos pais, a falta de informação e a velocidade e gravidade da doença revelam a aleatoriedade com que a pólio sentencia crianças e mais crianças à incapacidade ou a morte.

É preciso dizer que pouco se conhecia sobre a pólio. O pânico e o desconhecimento eram intensos.

As mães desesperadas para proteger seus filhos de um inimigo invisível tornaram-se verdadeiros poços de horror. A paranoia atingiu níveis assustadores: algumas famílias fugiram de Newark; litros de desinfetantes eram usados; houve uma caça implacável às moscas e mosquitos, considerados vetor da pólio. Até os gatos de rua não foram poupados. Havia boletins diários nos jornais e rádios informando sobre o número de casos e locais das casas com quarentena.

Em determinado ponto é mencionada a intenção de isolar o bairro de Weequahic.

Os habitantes culpavam os judeus pela propagação da pólio, acrescentando um ponto de antissemitismo ao cenário.

Como o autor diz, “O medo nos degrada”.

Culpa

Este é também um livro sobre culpa. É uma história triste sobre um assunto perturbador.

O autor constrói um enredo com uma evolução psicológica engenhosa, em que uma decisão tomada pelo personagem transforma radicalmente sua vida interior.  Podemos representar os acontecimentos como uma sequência de círculos concêntricos e de tamanho cada vez maior, cada um representando uma bolha de culpa, sobrepondo-se até o destino final.
Primeiro, vem a tristeza de ter perdido a mãe ao nascer e a vergonha de ter tido um pai ladrão. Este é o primeiro círculo de culpa. Ele se sente culpado e a maneira para vencer o passado é sua retidão como cidadão.

Segundo, vem a guerra e ele gostaria de ter ido lutar, defender seu país, mas foi rejeitado pela sua baixa estatura e miopia. Este é o segundo círculo: o ágil e musculoso sente-se culpado por saber que seus amigos estão lutando e ele fica no pátio cuidando dos meninos.

Terceiro, os casos de poliomielite se sucedem, alguns de seus alunos são postos em pulmões de aço, outros ficam deformados para sempre, outros morrem. Ele poderia reverter a situação? Fechar o pátio? Mais um círculo de culpa.

“Eu queria ajudar as crianças e fazê-las fortes”, disse por fim, “ e, em vez disso, lhes causei um mal irreversível”. Esse era o pensamento que conformara o seu pesar silencioso ao longo de várias décadas, o sofrimento do homem que menos merecia ser vítima de algum mal. Ele contemplava aquele momento como se tivesse vivido na Terra sete mil anos de vergonha. (Pág. 188)

Quarto, no auge da crise, sua namorada consegue uma vaga na colônia de verão de Indian Hill na cidade de Stroudsburg, nas montanhas de Poconos na Pensilvânia, longe dos registros diários de poliomielite. Ele tem a chance de sair do inferno para entrar no paraíso. Sua decisão acrescenta mais uma camada de culpa à sua consciência já pesada. E será uma transformação radical em sua vida.

 “Porém, quando desligou, foi confrontado por seus ideais
— ideais de honestidade e força incutidos pelo avô, ideais de coragem e sacrifício que
partilhava com Jake e Dave, ideais cultivados na juventude a fim de pô-lo a salvo da propensão
para a falsidade de um pai vigarista — ideais que exigiam dele, como homem, que voltasse
imediatamente atrás e retomasse o trabalho com o qual se comprometera até o fim do verão.
Como fora capaz de fazer o que acabara de fazer? ” (pág.97)

Quinto, por fim os casos de pólio na colônia são o ápice de toda a carga de culpa que carrega.
“Quem trouxe a pólio aqui, senão eu? ”

Num outro trecho:
“A culpa em alguém como Bucky pode parecer absurda, porém é, de fato, inevitável.
Uma pessoa como ele está condenada. Tudo que fizer jamais irá corresponder ao ideal que carrega dentro de si.
Nunca sabe onde termina sua responsabilidade. Jamais aceita seus limites porque, sobrecarregado com uma severa bondade natural que não lhe
permite resignar-se ao sofrimento dos outros, nunca admitirá, sem se
sentir culpado, que possa estar sujeito a alguma limitação. ” (Pág. 190)

Assim o autor trata de nossas limitações como seres humanos e responsáveis pelas nossas escolhas.

Somos limitados e por isso falhamos. A culpa é um fardo pesado.

Deus

Outro questionamento bastante forte no livro é sobre a existência de Deus.
Por que Deus permitiu que a pólio existisse?
“ O que ele estava tentando provar? Que precisamos de aleijados na terra? ”
“Deus, o grande criminoso
Para Cantor Deus é um “demiurgo” que significa que Deus é o mal.
Mas o narrador, que é ateu, pensa diferente, acredita que Cantor procura uma resposta em Deus ou na sua própria culpa.

E este questionamento sobre Deus é bem recorrente e segue em paralelo questionando as possibilidades das nossas escolhas. A tensão que aparece no livro é a responsabilidade que os homens têm sobre suas escolhas e as limitações impostas pelo meio. De uma certa forma, uma questão existencialista.  O indivíduo por si só define a sua realidade. O existencialismo representa a vida como uma série de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões que reforçam suas características de ser racional: pensar, questionar.

No final não é uma guerra do personagem contra a pólio, mas uma guerra contra si mesmo.

A guerra entre um homem de dever e decência e da fuga do presente para uma felicidade imediata.
Um personagem em crise num mundo em crise.

No fim, as coisas ficam tão mal física e espiritualmente que a única maneira de salvar sua honra foi negar-se tudo que sempre quis para si mesmo.

Um homem dividido contra si mesmo.

Alguns questionamentos:
1-   Como a deusa em questão é da desmesura, da vingança, o autor quer nos mostrar que Cantor, que se julga um dedicado professor e um cidadão correto, deve pagar um preço por esta desmesura? Ou ele simplesmente usa o termo nêmesis como o pior inimigo?
2-   Seria o homem um fantoche de um ser superior? O quanto podemos interferir no nosso destino e com todas as condições que o meio nos dá?

Resumo do Encontro - Nêmesis, Philip Roth por Ana Brandalise

Nêmesis- Resumo do encontro
Data 03/04/2016
Livro: Nêmesis
Autor: Philip Roth
Apresentação: Ana Elisabeth Brandalise, Beatriz Coimbra e Clarice G.Freitas
Local: antiga sede do Iate Clube de Brasília

Presenças:
1-Suely Carneiro
2-Clarice de Freitas
3-Masumi Ota Yide
4-Luciana Leão
5-Thais Kimura
6- Andréia Cordeiro
7-Marília Leão
8-Sonia Helena
9-Leila Cabral
10-Andyara Schimin
11-Marilena de Mello
12-Thereza Senna
13-Vera Correa
14-Maria Cristina Monclaro
15-Maria Célia
16- Teresa Lírio
17-Ana Elisabeth Brandalise

O lanche foi oferecido pelas aniversariantes do mês: Masumi, Clarice, Maria Célia e Ana Elisabeth.




NÊMESIS
A apresentação foi dividida em 4 partes:
1-           Philip Roth - dados biográficos apresentado por Beatriz Coimbra
Romancista norte americano de origem judaica. Autor de 24 livros.
Também é de março (19/03). Tem 82 anos.
Estudou em Weequahic de Newark, Nova Jersey
 Prêmios principais:
- Pulitzer de Ficção (1998)
- International Man Booker (2011)
- Franz Kafka (2001)
- National Book Award: Ficção (1995,1960)….
É considerado um dos maiores escritores norte-americanos da segunda metade do século XX. É o único escritor americano vivo a ter sua obra publicada em edição completa pela Library of America.

2-Poliomielite - a doença, epidemia e histórico apresentado por Clarice G. Freitas
    A poliomielite ou paralisia infantil é doença  infecto contagiosa 
 víral, transmitida pessoa a pessoa através de  via fecal oral ou oro- oral. O individuo infectado desenvolvendo ou não sintomas, pode transmitir a doença eliminando o vírus nas fezes. O Brasil está livre de doença há 25 anos. Na epidemia da primeira metade do século XX,  devido a insuficiência respiratória desencadeada pelo forma bulbar da doença muitos pacientes tinham de ser ventilados com o chamado pulmão de aço. Como este modo de ventilação deixava o paciente imóvel, ele propiciava muitas infecções respiratórias, urinárias e de pele, além de trombose. A partir de 1950 , houve o desenvolvimento das Unidades de terapia intensiva e outros modos de ventilação mais adequados.
   A pessoa acometida pelo vírus pode ter uma Infecção assintomática ou desenvolver sintomas como febre, dor de garganta ou náusea, vômito, constipação, dor abdominal ou diarréia ou cefalía e rigidez de nuca como meningite. A Paralisia flácida ocorre em membros inferiores assimétrica com  perda da força muscular e reflexos, mas  com sensibilidade mantida e insuficiencia respiratória.
   O Controle da doença se faz através de saneamento básico e vacinação: a vacina deve ser dada aos 2 meses, 4 meses, 6 meses, 15 meses e aos 4 a 6 anos de idade. A vacina mais utilizada no Brasil é a oral de vírus vivo atenuado (Sabin), desde 1962 mais utilizada, inclusive nas campanhas atuais.  A vacina Salk, injetável de vírus morto ,  existe desde 1952, mas é menos utilizada.
    As epidemias de pólio representaram um marco no desenvolvimento da reabilitação e fisioterapia moderna e também da medicina filantrópica, pelas iniciativas espontâneas de arrecadação de fundos . Os maiores grupos de deficientes físicos do mundo, os sobreviventes da pólio, também contribuíram no avanço do movimento pelos direitos das pessoas com deficiência através de campanhas por direitos sociais e civis.

3-  Nêmesis a deusa grega apresentado por Ana Elisabeth Brandalise
Representava a vingança divina. Era encarregada de combater a desmesura, censurando o excesso de felicidade ou orgulho dos reis.
Porque a deusa representa o equilíbrio das coisas, quando um ser está com muita sorte, Nêmesis equilibra as coisas dando-lhe um pouco de azar, e quando o indivíduo é deveras azarado, ela presenteia com um pouco de sorte.
Nêmesis na cultura anglo-saxã moderna o termo é assume o significado de “inimigo” ou o pior inimigo.

4-  Livro
O autor constrói um enredo com uma evolução psicológica engenhosa, em que uma decisão tomada pelo personagem transforma radicalmente sua vida interior.
Questões recorrentes no livro: o medo, a culpa e o questionamento sobre a existência de Deus.

Questões recorrentes no livro: o medo, a culpa e o questionamento sobre a existência de Deus.

-Sobre o medo, uma frase do livro:
“O medo nos emascula, o medo nos degrada”
As mães desesperadas para proteger seus filhos de um inimigo invisível tornaram-se verdadeiros poços de horror. A paranoia atingiu níveis assustadores.

-Sobre a culpa: podemos representar os acontecimentos como uma sequência de círculos concêntricos e de tamanho cada vez maior, cada um representando uma bolha de culpa, sobrepondo-se até o destino final. O nascimento, a guerra, os casos de pólio no pátio da escola, a fuga para a colônia de férias e por fim os casos de pólio na colônia são cada um uma bolha de culpa que vai aumentando até o ápice de toda a carga que carrega.

-Outro questionamento bastante forte no livro é sobre a existência de Deus.
Para o protagonista Deus como é um “demiurgo” que significa que Deus é o mal.
E este questionamento sobre Deus é bem recorrente e segue em paralelo questionando as possibilidades das nossas escolhas.
No final não é uma guerra do personagem contra a pólio, mas uma guerra contra si mesmo.



·       Após a apresentação, todas tiveram oportunidade de colocar suas opiniões.
Houve alguns debates interessantes:
-O autor escolheu o nome Nêmesis com o significado de o pior inimigo referindo-se a epidemia de pólio ou usou lembrando a deusa grega que equilibra a vida segundo a qual o bem deve ser compensado pelo mal em igual medida?
-O protagonista era uma pessoa arrogante ou simplesmente uma pessoa muito infeliz? Alguns ressaltaram a atitude sempre correta e ética do Sr Cantor como educador e preparador físico em uma escola. A preocupação dele como educador e protetor dos meninos, o que se observa nos educadores de verdade, que trabalham com dedicação. Ressaltaram a maneira como foi educado pelos avós com muita rigidez e valores, já que o pai era medíocre e ladrão. Todos esperavam um final mais suave, o que não ocorreu.  Foi muito debatido sua vida pessoal e amorosa, suas opções ao logo da vida.
-Também houve comparações entre a epidemia da pólio com a que vivemos hoje do vírus da Zica que também promove alterações neurológicas como a síndrome de Guilain Barret que é uma paralisia flácida e insuficiência respiratória e os casos de microcefalia relacionados e a nova geração de crianças deficientes. Também foi comentado sobre a impotência do ser humano frente ao desconhecido: a epidemia de pólio , como combate-la, sendo doença infecto-cotagiosa.
- A culpa como determinante nas ações do personagem.
- Como o medo transforma as pessoas.







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