segunda-feira, 11 de agosto de 2014

"INFIEL "- PRÓXIMO LIVRO


AUTOR: AYAAN HIRSI ALI
DIA: 04/09/2014
LOCAL: CASA DA ROSETE
APRESENTADORAS: ROSETE E THEREZA M.

MADRUGADA SUJA - APRESENTADO POR REGINA LUZ E VERA MALTA

Miguel Sousa Tavares

Biografia

Filho do advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares e da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen e primo em terceiro grau de José Avillez,.Miiguel Sousa Tavares é natural do Porto. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, e foi na capital que passou a infância e a juventude. Durante mais de uma década foi advogado em Lisboa.

Estreou-se no jornalismo em 1978, ano em que iniciou a sua colaboração na Radiotelevisão Portuguesa. Em 1989 participou na fundação da revista semanal Grande Reportagem. Foi diretor da versão trimestral, entre 1990 e 1991, e da versão mensal, iniciada em outubro de 1991, até 1999. Antes, em 1989, dirigiu a revista Sábado, fundada por Pedro Santana Lopes, mas manteve-se pouco tempo no cargo, devido à instabilidade interna da revista. Em 1990 começou a colaborar no Público, onde publicaria uma crónica semanal até 2002. Ao mesmo tempo, estendeu a sua colaboração ao desportivo A Bola, à revista Máxima e ao informativo online Diário Digital.

Voltou à televisão na SIC, com Terça à Noite, (de 1993 a 1995, um debate com António Barreto e Pacheco. Paralelamente, em 1994, foi para o ar 20 anos, 20 nomes, uma série de vinte entrevistas com Pereira protagonistas da história portuguesa recente. De 1995 a 1998, apresentou, com Margarida Marante, também na SIC, o programa de atualidade política Crossfire. Chegaria ainda, na mesma estação, a apresentar, durante um pequeno período e ao domingo, o bloco noticioso da 20 horas (Jornal da Noite). Em1998 foi convidado para o cargo de diretor-geral da RTP, tendo recusado. Em 1999 passou para a TVI, onde partilhou o debate Em Legítima Defesa, com Paula Teixeira da Cruz e moderação de Pedro Rolo Duarte. A partir
de 2000, na mesma estação, viria a marcar presença assídua às terças-feiras no Jornal Nacional, na análise à atualidade nacional e internacional. Em 2010 regressa à SIC, com Sinais de Fogo, um programa semanal de comentário político. Atualmente é comentador residente, na mesma estação, às terças-feiras, no Jornal da Noite.

Das suas incursões literárias resultaram compilações de crónicas, vários romances, livros de contos e uma história infantil. Equador, de 2004, foi um best-seller, estando traduzido em mais de uma dezena de línguas estrangeiras. Rio das Flores, em 2007, teve uma primeira tiragem de 100 mil exemplares. Recebeu o Prémio de Jornalismo e Comunicação Victor Cunha Rego, em 2007.

Da sua atividade cívica, integrou a Direção do Movimento Portugal Único, em 1998, defensor do «não» num referendo sobre a regionalização administrativa. Em 2009 contestou publicamente o prolongamento do terminal de Alcântara, numa concessão polémica à construtora Mota Engil. Atualmente é colunista semanal do jornal Expresso. Mantém ainda a crónica n' A Bola, onde se evidencia como adepto do Futebol Clube do Porto.

Direitos dos fumadores

Sousa Tavares é fumador e defende militantemente os direitos dos fumadores. Nessa qualidade tem defendido, por exemplo, que todos os aviões deviam ter obrigatoriamente lugares para fumadores. Quando da implementação da nova lei do tabaco em Portugal, que proíbe veementemente o fumo em estabelecimentos com menos de 100 metros quadrados, Sousa Tavares fez questão de se referir que considera incoerente e incompreensível que o Governo se oponha desta forma ao tabaco em locais como prisões, e ao mesmo tempo, ofereça condições para que os reclusos se injetem, referindo que esta lei é um atentado à liberdade e aos direitos dos fumadores. Por fim, deixou bem claro que faz questão de deixar de frequentar locais onde não seja permitido fumar. Afirmou que a lei antitabaco faz lembrar "os primeiros decretos antijudeus da Alemanha nazi"2 e "o fumo nos restaurantes, que o Governo quer limitar, incomoda muitíssimo menos do que o barulho das crianças - e a estas não há quem lhes corte o pio”.


Obras

• Um Nómada no Oásis, Relógio d'Água Editores, 1994

• O Planeta Branco,

• Anos Perdidos, Oficina do Livro, 2001

• Não Te Deixarei Morrer, David Crockett,

• Equador,

• Sul, Viagens,

• O Segredo do Rio,

• Rio das Flores,

• No Teu Deserto,

• Ukuhamba - Manhã de África,

• Ismael e Chopin,

• A História Não Acaba Assim - Escritos Políticos 2005-2012,19 Clube do Autor, 2012

• Madrugada Suja, Clube do Autor, 2013


Prêmios

• Prémio pela reportagem "Hoje aqui, amanhã no Corvo", 1998

• Prémio Clube Literário do Porto (2007)

• Prémio Grinzane Cavour, Itália, 2007

• Prémio de Jornalismo e Comunicação Vitor Cunha Rego, 2007

• Prémio Branquinho da Fonseca, 2008

Casamentos e descendência

Casou pela primeira vez a 7 de Abril de 1973, no Estoril, com Mariana Espírito Santo Bustorff Silva (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 9 de Dezembro de 1951 — 1 de Janeiro de 2001), de quem se divorciou e de quem teve um filho e uma filha: Pedro Bustorff de Sousa Tavares (17 de Abril de 1975) e  Rita Bustorff de Sousa Tavares (Lisboa, 19 de Maio de 1978)

Casou segunda vez com a jornalista Laurinda Alves, de quem se divorciou e de quem tem um filho: Martim Alves Andresen de Sousa Tavares (Lisboa, 1989)

Casou pela terceira vez com Cristina Pinto Basto Avides Moreira, de quem se divorciou em 2009, sem geração.

Casou pela quarta vez com a deputada centrista Teresa Caeiro em Pavia, Mora, a 25 de Junho de 2011.




MADRUGADA SUJA


                                                                    Madrugada Suja começa de maneira impactante, relata a história de três universitários (em torno dos 20 anos) e uma jovem (de 17 anos) numa madrugada em Évora regada a muito álcool e que termina numa tragédia num sítio pré-histórico – CROMELEQUE DOS ALMENDRES (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromeleque_dos_Almendres). O livro gira em torno de como uma orgia de uma noite que deveria ser esquecida volta anos depois para assombrar Filipe, o protagonista desse romance.

A história gira em torno de Filipe, desde seu nascimento numa aldeia alentejana de Medronhais da Serra, que se vai despovoando aos poucos, até restar apenas o avô e o neto. O autor desenvolve um romance cheio de peripécias e incidentes - alguns derivados da ação do protagonista, outros diluídos na própria história -, que vão e voltam, traçando a trajetória da vida de Filipe, tendo como pano de fundo um painel do desenvolvimento português desde a Revolução dos Cravos em 1974 chegando aos dias atuais.

As circunstâncias do trabalho de Felipe, como arquiteto e paisagista, levam-no a tropeçar num caso de corrupção política. Ele enreda-se na trama, que se confunde com o seu passado esquecido. Intercaladamente, e através de várias vozes narrativas, seguimos o destino dessa aldeia e em simultâneo o dos protagonistas daquela madrugada suja e daquela intriga política. Finalmente, o caos aparente é esclarecido.

Elementos para Discussão

·                                      Linguística – estamos diante de um romance polifônico, que é aquele que cada personagem funciona como um ser autônomo com visão de mundo, vozes controversas e posição própria. Esta técnica dá margem a contraposições e ao contraditório. Shakespeare preconizou esta técnica e Dostoievski usou a exaustão.

·                                   A maioridade penal em Portugal ocorre aos 16 anos, sendo os jovens a partir desta idade penalmente imputáveis. Os jovens entre 16 e 21 anos estão sujeitos a um Regime Penal Especial. Em 2006 o Partido Democrata-Cristão defendeu a redução da idade penal para 14 anos como medida de “regressão civilizacional”. Nos demais países da Europa a idade varia, p. ex. de 10 anos na Inglaterra; 12 anos Grécia, Canadá e Países Baixos; 13 anos França, Israel e Nova Zelândia; e 14 anos Áustria, Alemanha e Itália.

·                      Filho ilegítimo, bastardia, filiação adulterina ou filiação natural. Antes de 25 de abril, nascer fora do casamento em Portugal era ser ilegítimo.

·                              O combate à corrupção em Portugal apresenta resultados bem abaixo do que seria esperado para um país desenvolvido. Segundo o Sistema Nacional de Integridade (SNI), constituído por entidades públicas e privadas a “legislação é viciada à nascença”, com graves defeitos de concepção e formatação, tornando-as ineficaz.

CRÍTICAS

A expectativa era muita, mas não demasiado elevada. Diversas opiniões apontam “Madrugada Suja” como um livro abaixo do alcançado com “Equador” ou “Rio das Flores”. Talvez por isso me tenha agradado tanto. Não é possível tecer comparações dada a natureza diferente dos livros, “Madrugada Suja” não tem a dimensão nem o alcance de um romance de época do Portugal colonial, mas é um justíssimo digno de mérito, um exemplo excepcional da escrita de Miguel Sousa Tavares.

De escrita direta e simples, sem artifícios desnecessários, “Madrugada Suja” lê-se de um fôlego. Com entusiasmo e sem paragens, a leitura é muito satisfatória ao longo de todo o livro. Mais uma história de Portugal, de portugueses, do ponto a que chegámos e do caminho percorrido. Do que conseguimos atingir e do que o precipitou. Do atual estado de um país e do percurso de alguns homens que contribuíram para este lastimável presente que vivemos.

Acutilante e duro como o próprio autor, brilhante como alguns dos seus comentários, este é um livro que constantemente nos recorda quem o escreveu. Uma espécie de trama policial que acaba por envolver pessoas da esfera política, com ramificações aos mais diversos interesses pessoais. Como usar o poder em benefício próprio? Como fazer a política do “venha a nós”, passar por cima dos interesses do povo a quem o governo deve servir, sempre em prol de interesses particulares? Interesse sempre comum: dinheiro; interesse sempre pessoal e nunca social.

A história do nosso país nos tempos mais recentes, um conjunto de trafulhices dignas de um filme de terceira categoria que, infelizmente, têm sido o “pão-nosso-de-cada-dia” dos gatunos que nos têm governado.

Um retrato bastante fiel do final século XX em Portugal, uma época de grande desenvolvimento encapuzado, cujos resultados estão à vista. Penso que semelhanças com a realidade não são pura coincidência.


Narrado em um ritmo vertiginoso, que faz o leitor agarrar-se ao livro até o fim, Madrugada suja alterna a voz de diferentes personagens a cada capítulo. Além de um retrato crítico e acurado sobre as mudanças em Portugal nos últimos quarenta anos, o escritor criou uma história fascinante sobre como os acasos da vida nos levam a situações-limite.

Companhia das Letras

Habituamo-nos a olhar Miguel Sousa Tavares como uma voz crítica, um denunciador de causas, um defensor de princípios. E assim o ouvimos na televisão, e o lemos no Expresso e num jornal desportivo, apreciando, mesmo podendo estar em desacordo com o discurso, a forma livre e independente com que opina. Isto está presente na “Madrugada Suja", mas infelizmente está da pior das maneiras. Por querer abordar todas as suas damas: a desertificação do interior, a corrupção autárquica, o financiamento de campanhas e partidos, as juventudes partidárias, a destruição do litoral alentejano, MST parece esquecer-se que tem um romance para escrever, e o resultado é uma narrativa e não uma história. As personagens são lineares, autênticos estereótipos: o presidente da câmara que fuma charuto, o candidato a primeiro ministro corrupto por licenciamentos em áreas protegidas, as amantes, o idealismo (revolucionário, de regresso ás origens, ou simplesmente moralista), o velho que se recusa a sair da aldeia... sem ponta de surpresa, sem rasgo de imaginação! Poderia se pensar que era um retrato de Portugal do século XXI, mas na verdade, é muito mais uma caricatura.

As personagens, os sentimentos, as ambiguidades dos relacionamentos, tudo o que faz uma boa história é sacrificado em prol da denuncia: os diálogos são básicos, quando não irrealistas - veja-se a relação que se estabelece entre Filipe e Eva para perceber o pouco verosímil e credível que tudo aquilo parece ser. Em conclusão: não é o melhor das obras de MST, longe de um "Rio das Flores" e incomparável a "Equador".

É um livro-denuncia, a visão que o autor tem do seu país - mas isso já conhecíamos, semanalmente, num televisor perto de si!

Ivo Felipe

"Madrugada Suja", terceiro romance "a sério" do MST, é um livro de altos e baixos. São bastante interessantes os temas abordados, tais como a desertificação do interior, a corrupção ou a ganância excessiva, temas esses, apesar de serem retratados entre a década de 60 e 80, com o mesmo impacto no nosso dia a dia, e daí tirar uma lição importante, que quem ambiciona de todas as maneiras alcançar o dinheiro fácil e o poder tem, efetivamente, que "pagar" essa extrema avareza do mesmo modo "ambicioso". Outro aspeto cativante prende-
se com as descrições interessantes da aldeia onde se passam momentos da história, tanto do espaço em si como dos seus habitantes e os seus hábitos típicos do mundo rural. A romance peca, de facto, pela banalidade da história, acabando com um final algo previsível e, a meu ver,
pouco cativante. Outro ponto a referir é as demasiadas repetições em alguns assuntos, parecendo, por vezes, um "círculo".

Apesar de incomparável a "Rio das Flores" ou o estrondoso "Equador", não deixa de ser um livro razoavelmente bom com uma leitura fácil e que prende bastante. Não é uma aventura ler a obra, mas recomendo pelo que faz refletir acerca da nossa sociedade. MST já fez melhor, e, de certeza, que no próximo romance vai sair-se com um brilhante enredo, como já nos habituou.

Luís Goncalves



PARTE HISTÓRICA


·       Antecedentes - A subjugação de Portugal aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, o poder da igreja, a instabilidade política e social, o sistema de alternância de dois partidos no poder (os progressistas e os regeneradores), a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e se adaptar à modernidade — tudo contribuiu para um inexorável processo de erosão da monarquia portuguesa do qual os defensores da república, particularmente o Partido Republicano, souberam tirar o melhor proveito.

·       Implantação da República Portuguesa foi o resultado de uma revolução organizada pelo Partido Republicano Português, iniciada no dia 2 e vitoriosa na madrugada do dia 5 de outubro de 1910, que destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.

·       Após a revolução, um governo provisório chefiado por Teófilo Braga dirigiu os destinos do país até à aprovação da Constituição de 1911 que deu início à Primeira República.

·       Antônio de Oliveira Salazar foi figura central do Estado Novo, foi Ministro da Fazenda e em 1932 tornou-se primeiro Ministro de Portugal, função durante a qual sustentou o país em regime ditatorial por 41 anos.

·       À frente do Governo, Salazar implantou uma nova Constituição, em 1933, dando início a Ditadura Salazarista. Através da política salazarista observou-se quase de imediato a perda da liberdade de expressão, do direito à greve e à restrição da ação de alguns órgãos de poder, como a Assembleia Nacional. O poder do Presidente da República a ser figurativo.

·       Algumas Características da Ditadura de Salazar:
       A exaltação do líder, que está sempre certo nas tomadas de decisão;
       A existência de um só partido, a União Nacional;
       A Repressão através da política da Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE);
       A Censura aos meios de comunicação social;
       O Nacionalismo exacerbado;
       Criação da Mocidade Portuguesa: organização juvenil criada em 1936 com o intuito de orientar a juventude para os valores patrióticos e nacionalistas do Estado Novo. Observando que a inscrição era obrigatória entre os sete e os quatorzes anos;
       O Resguardo dos valores morais e tradicionais;
       Retirada de todo caráter reivindicatório dos trabalhadores através da politica corporativista;
       Publicação do Ato Colonial, no qual as Colônias Portuguesas existentes - Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, além dos enclaves Goa, Damão e Diu - faziam parte integrante da Nação Portuguesa e por isso deveriam ser defendidas, civilizadas e colonizadas, apesar das fortes objeções da ONU;
       Política econômica protecionista que tinha por fim a redução das importações e aumento da produção do país e no investimento da construção de obras públicas;
       Mesmo em plena Primavera Marcelista, Marcelo Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década de 70 (em 1970, ano da morte do ditador), o regime não se altera;
       Os vários conflitos de independência das colônias forçavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orçamento de Estado na administração colonial e nas despesas militares.
       A não participação de Portugal na II Grande Guerra propiciou investimento em infraestrutura, com destaque para estradas e eletricidade.


                       REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

       Revolução dos Cravos, resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo. A partir daí, tem início um regime democrático e a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem.
       Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por se estender ao regime político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas 4 civis mortos e 45 feridos em Lisboa;
       A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto, o que resultou na sua fuga para o Brasil. 
       A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos;
Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975. Portugal reconhece a independência das colônias no mesmo ano.

                                    ALENTEJO

Tem uma área de 31 551,2 km (7,2% de Portugal)  e 757 190 habitantes (censos 2011).

As planícies a perder de vista começam a desenrolar-se junto ao Tejo. Se ao norte o ritmo é marcado pelo verde da campina, mais para sul a paisagem combina com sol, calor e um ritmo compassado.
A norte pastam cavalos na lezíria; no vasto interior, a planura imensa, searas louras ondulando ao vento; no litoral praias selvagens, duma beleza agreste e inexplorada.
A amplitude da paisagem é entrecortada por sobreiros ou oliveiras que resistem ao tempo. Santarém é um miradouro natural sobre a imensidão do Tejo. Aqui e ali ergue-se um recinto muralhado, como Marvão ou Monsaraz, Nos montes, casas térreas e brancas coroam pequenas elevações, os castelos evocam lutas e conquistas, e os pátios e jardins atestam influências árabes, que moldaram povo e natureza.
Talvez por isso a cultura e a espiritualidade ganhem aqui um caráter particular. Basta conhecer Évora para perceber por que razão foi muito classificada Património Mundial. Admiramos o templo de Diana e algumas das suas igrejas, como a de S. Francisco com a célebre Capela dos Ossos. Ou a catedral que marca a memória e identidade como todas as outras do Alentejo, em Santarém, Portalegre, Elvas e Beja. Memórias do passado são também o que perdura nas antigas judiarias, especialmente em Castelo de Vide.
No litoral a paisagem é alta e escarpada, com pequenas praias abrigadas entre arribas. Aqui há aromas de campo, as ervas de cheiro temperam peixes, mariscos e outros pratos regionais, Todo o Alentejo vive ao ritmo da terra.
Fonte: Visitportugal.com

OS DIREITOS DO LEITOR (contribuição de Andyara)

Direitos imprescritíveis do leitor:
1. O direito de não ler.
2. O direito de pular as páginas.
3. O direito de não terminar de ler o livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de ler no importa o quê.
6. O direito ao “bovarismo” (doença textualmente transmissível).
7. O direito de ler não importa onde.
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O direito de ler em voz alta.
10. O direito de se calar.
 


Daniel Pennac

Leitoras